A antiga presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) Diezani Alison-Madueke foi acusada de corrupção nesta terça-feira quando fez parte do governo da Nigéria pela Agência Nacional do Crime (NCA) britânica.

A NCA suspeita que a antiga ministra do Petróleo da Nigéria aceitou subornos durante o período em que esteve em funções, entre 2010 e 2015, “em troca de contratos de petróleo e gás no valor de milhões de libras”, refere em comunicado. “Estas acusações representam um marco significativo no que tem sido uma investigação complexa e abrangente sobre suborno internacional“, vincou Andy Kelly, diretor da Unidade de Suborno Internacional da NCA.

A ex-política é acusada de ter beneficiado de, pelo menos, 100 mil libras (117 mil euros) em dinheiro: carros com motorista, voos em jatos privados, férias de luxo para si e para a família, uso de várias residências em Londres, bem como o pagamento de mobiliário, obras de renovação, empregados domésticos, propinas de escolas privadas e presentes de marcas de luxo, como joias Cartier e artigos Louis Vuitton.

Alison-Madueke, de 63 anos e residente atualmente em Londres, deverá comparecer numa audiência no tribunal de Londres em 2 de outubro.

A nigeriana foi a primeira mulher a presidir à OPEP e foi ministra do Petróleo entre 2010 e 2015, durante a presidência de Goodluck Jonathan. Diezani Alison-Madueke é alvo de várias investigações sobre branqueamento de capitais e corrupção nos Estados Unidos da América (EUA), Reino Unido e Itália, e é um dos principais alvos da Comissão de Crimes Económicos e Financeiros (EFCC) na Nigéria.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A agência anti-corrupção da Nigéria acusa Alison-Madueke de ter distribuído um total de 23 milhões de nairas (55,7 milhões de euros) numa tentativa de influenciar o resultado das eleições presidenciais de 2015.

A antiga política foi detida em outubro de 2015 em Londres, onde um tribunal ordenou o congelamento de cinco propriedades de luxo, antes de ser libertada sob fiança enquanto aguarda julgamento.

O Departamento de Justiça norte-americano anunciou em 2017 a confiscação de ativos nos EUA de dirigentes nigerianos de sociedades petrolíferas adquiridos com os lucros resultantes dos contratos petrolíferos concedidos pela antiga ministra do Petróleo nigeriana, Diezani Alison-Madueke.

Entre os ativos estava um iate avaliado em 80 milhões de dólares (70 milhões de euros), designado “Galactica Starr”, bem como um edifício, avaliado em 50 milhões de dólares, perto de Central Park, em Nova Iorque.

O nome da ex-ministra do Petróleo também foi referido numa investigação em 2017 das autoridades italianas que envolvia o ex-presidente nigeriano Goodluck Jonathan por suspeitas de terem recebido subornos das petrolíferas Eni e Shell.