O Reino Unido condenou na quarta-feira “a tomada de poder militar inconstitucional” no Gabão, reconhecendo ao mesmo tempo as preocupações suscitadas pelas recentes eleições.

O Reino Unido condena a tomada de poder militar inconstitucional no Gabão e apela ao restabelecimento do governo constitucional. Reconhecemos as preocupações suscitadas pelo recente processo eleitoral, incluindo as restrições à liberdade dos meios de comunicação social”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, em comunicado.

Na quarta-feira, um grupo de militares do Gabão anunciou na televisão o cancelamento das eleições que reelegeram o Presidente, Ali Bongo, e a dissolução de todas as instituições democráticas.

Militares anunciam dissolução de instituições democráticas no Gabão após reeleição do Presidente Bongo

Os militares disseram que as fronteiras do Gabão estavam “encerradas até nova ordem”.

Horas antes, o Centro Eleitoral do Gabão tinha divulgado na televisão estatal, sem qualquer anúncio prévio, os resultados oficiais das presidenciais, ganhas pelo Presidente, Ali Bongo Ondimba (64,27%), no poder há 14 anos, derrotando o principal rival, Albert Ondo Ossa (30,77%).

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O anúncio foi feito numa altura em que o Gabão estava sob recolher obrigatório e com o acesso à internet suspenso em todo o país, medidas impostas pelo governo no sábado, dia das eleições.

A junta militar no poder nomeou “Presidente de transição” o general Brice Oligui Nguema, pondo fim à dinastia da família Bongo, que liderava o país, rico em petróleo e membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), há 55 anos.

Ali Bongo Ondimba, que sucedeu ao pai em 2009, encontra-se sob prisão domiciliária.

Militares golpistas no Gabão anunciam que Presidente Ali Bongo encontra-se em prisão domiciliária

O golpe de Estado foi condenado por vários países e organizações internacionais.