A nova variante da Covid-19, que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a pedir vigilância aos países, não é tão preocupante quanto os especialistas chegaram a prever. Trata-se da BA.2.86, conhecida como Pirola, e os primeiros resultados publicados permitiram alguma tranquilidade.

Dois estudos feitos na China e na Suécia confirmam que a variante BA.2.86 é “radicalmente diferente” das variantes conhecidas até agora, mas concluíram que não é muito contagiosa. A primeira pesquisa foi feita com o sangue de ratos vacinados e de pessoas vacinadas que foram recentemente infetadas e, segundo o jornal El Mundo, os investigadores chineses perceberam, comparativamente com as variantes anteriores, que esta é identificada de forma muito diferente pelo sistema imunológico.

Apesar de esta variante ter cerca de 30 mutações da proteína spike, a parte que as vacinas atacam, não estarão em causa as vacinas disponíveis no mercado. E, segundo o laboratório chinês que fez o estudo, o grau de infetividade da BA.2.86 “pode ser muito inferior a outras”, com os especialistas a apontarem que a Pirola não só é 60% menos contagiosa como circula lentamente entre a população.

“No geral, não parece que estejamos numa situação tão extrema como aconteceu quando surgiu a Omicron”, referiu o investigador Benjamin Murrell. Também Yunlong Cao, responsável pelo estudo na China, explicou que houve uma diminuição da capacidade de imunização de dois pontos, mas não é um valor que o preocupe, tendo em conta que apenas uma redução de oito pontos ameaçaria a eficácia das vacinas. “Diria que a variante Pirola vai circular lentamente na população. Não será capaz de competir com outras variantes predominantes”, acrescentou.

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Por outro lado, o El Mundo escreve também que uma investigação publicada na plataforma bioRxiv refere que novos dados da variante EG.5, depois de uma investigação com base em ratos, revelam que a variante parece ter uma maior capacidade de infetar os pulmões, mas os dados ainda são escassos.

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