A mãe de Jéssica Biscaia, a criança de três anos que morreu em junho do ano passado depois de ser vítima de dezenas de agressões, já recorreu da sentença que a condenou — juntamente com outros três arguidos no processo — a 25 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado.

Acórdão do caso Jéssica. Quatro arguidos, incluindo a mãe da criança, condenados à pena máxima de prisão por homicídio

No recurso, revelado esta quinta-feira pelo Correio da Manhã, a defesa de Inês Sanches alega que não foram apresentadas provas no processo para sustentar a condenação de que foi alvo e que conheceu no início de agosto, cerca de um ano após a morte da filha.

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Um dos principais argumentos do recurso, segundo o CM, baseia-se num dos testemunhos mais impressivos que foram feitos em tribunal: o do médico legista que examinou o corpo da criança de três anos. A defesa argumenta que, segundo o próprio especialista, quando Jéssica foi devolvida a Inês Sanches — depois de cinco dias em que foi alvo de violentas agressões físicas — já não haveria qualquer hipótese de a criança ser salva.

As agressões, a droga e a inação de mãe de Jéssica. Acusação descreve os momentos que levaram à morte da criança de três anos

Em tribunal, o juiz Pedro Godinho defendeu que “Inês Sanches sabia que era mãe de Jéssica e que tinha uma responsabilidade acrescida, que deliberadamente desprezou”, acrescentando ainda que Inês “só gostava da filha para a ter”, como se fosse um objeto.

Além de Inês Sanches, outros três arguidos — Ana Pinto, Esmeralda Montes e Justo Montes — foram também condenados a 25 anos de prisão pelo mesmo crime: homicídio qualificado.