O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que o Governo está a “ponderar” um novo travão ao aumento das rendas para o próximo ano. Este ano, o Executivo colocou o limite de 2% à atualização das rendas.

Em declarações aos jornalistas, à margem da inauguração de uma residência para estudantes no Porto, António Costa afirmou que o Governo está “a ponderar qual é o coeficiente de atualização do próximo ano”, mas que, “neste momento, ainda não está nada definido”.

“Estamos a ponderar como é que fixamos um montante que não crie depois uma grande distância do valor real”, explicou o primeiro-ministro, acrescentando que o Governo quer que seja encontrada uma “solução equilibrada” de forma a não “desincentivar os proprietários de colocarem as casas no mercado” e a não criar “situações de rutura social”.

Dados do INE indicam que no próximo ano o aumento das rendas será de 6,94% se o Governo não voltar a aplicar um travão.

Mais apoio para aguentar juros dos créditos à habitação. Medina anuncia maior bonificação (não se sabendo o alcance) e taxa fixa para todos

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Quanto às taxas de juro e a possibilidade de um novo aumento, o primeiro-ministro reafirmou mais uma vez que discorda da política do BCE e que, tal como Fernando Medina havia adiantado, o Governo vai apresentar novas medidas de apoio ao crédito à habitação. Em julho, numa entrevista ao jornal Público, o ministro das Finanças avançou que o Governo e a banca estão a trabalhar para que as instituições bancárias possam oferecer aos clientes maiores bonificações e que as medidas seriam apresentadas em setembro.

Sobre a residência estudantil que inaugurou esta quarta-feira, António Costa salientou que, em Portugal, o número de camas disponíveis para estudantes tem de duplicar até 2026 e que a maior barreira de acesso ao ensino superior, neste momento, continua a ser o alojamento.

O chefe do Governo lembrou que o Plano Nacional de Alojamento Estudantil, lançado em 2019 e que pretende duplicar o número de camas em residências públicas, está a ser cumprido com recurso a verbas do Plano de Resiliência e recuperação (PRR), o que implica algumas regras.