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O Presidente da República defendeu esta quarta-feira, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, um “roteiro de paz justo” para a Ucrânia que “viabilize um cessar fogo imediato e duradouro, com a retirada das tropas” russa do território ucraniano. E que salvaguarde a “legítima aspiração da Ucrânia à plena integração nas organizações às quais soberanamente deseje aderir”.

Na sede da ONU, em Nova Iorque, Marcelo Rebelo de Sousa pediu que “estejamos à altura da História”. “São os nossos povos, é a humanidade que o exige”, salientou, acrescentando que, para Portugal, “uma paz justa e sustentável” implica “a libertação de prisioneiros e deportados, com especial urgência para as crianças, e a credibilização da justiça internacional através de uma investigação minuciosa aos crimes de guerra, aos crimes contra a humanidade e aos seus autores”.

O Presidente da República, que discursou em português no debate aberto do Conselho de Segurança da ONU (em que Volodymyr Zelensky foi o primeiro chefe de Estado a intervir), reiterou o apoio de Portugal à Ucrânia: “Estaremos sempre solidários com a legítima defesa da Ucrânia e a sua fórmula para a paz, com a sua luta na reposição da soberania e apoiando o seu contributo para a segurança alimentar global.”

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A abrir o seu curto discurso, de menos de cinco minutos, o chefe de Estado português interrogou: “Como se mede o sofrimento humano? Como se mede a dor de uma criança que ficou órfã? Dos pais que perdem os seus filhos? Dos mutilados e vítimas da tortura? Como se resiste e sobrevive a tudo isto e se continua a lutar pela família, pela casa, pelo país?”.

Recordando a visita que fez em agosto à Ucrânia, a convite do Presidente Zelensky, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “é impossível ficar indiferente perante a indescritível devastação em Bucha ou Moshchun, exemplos trágicos de desumanidade e sofrimento”. “Mas é também impossível não admirar a vitalidade e a força moral inspiradoras na resistência do povo ucraniano que dignamente se defende de uma invasão ilegal, injusta e imoral”, acrescentou.

A terminar a sua intervenção, o Presidente da República realçou a importância da “garantia da segurança nuclear e das suas instalações sob monitorização da Agência Internacional de Energia Atómica”.