306 contra 232. Foram esses os números que elegeram Joe Biden como Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), nas eleições presidenciais de 2020, nas quais defrontou Donald Trump. Apesar da grande diferença desse ano, desde então que os dois têm tido pontuações semelhantes nas sondagens que preveem as eleições de 2024. Exceto nas publicadas pelo The Washington Post e pela ABC, que costumam ter “valores atípicos”.

A mais recente, divulgada este domingo, mostrou uma diferença de 10 pontos de Trump, 77 anos, que está acusado de tentar anular a sua derrota nas eleições presidenciais de 2020, para Biden, de 80. No entanto, as sondagens que tinham sido feitas anteriormente — pela Fox News, Quinnipiac, CNN e Wall Street Journal, entre finais de agosto e inícios de setembro — separaram os dois candidatos por um ou, no máximo, dois pontos percentuais.

Este resultado, que dá 52% de votos a Trump e 42% a Biden, suscitou uma onda de críticas, até porque já não é a primeira sondagem divulgada pelos mesmos meios de comunicação social com valores semelhantes.

“É realmente muito difícil divulgar resultados atípicos, por isso temos de dar créditos ao ABC/Post. Mas, quando se publica consecutivamente este tipo de valores, não se pode descartar os resultados”, chamou a atenção Nate Cohn, editora de análise política do The New York Times, na rede social X (antigo Twitter), referindo-se à sondagem publicada em maio, que dava sete pontos de vantagem a Trump.

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A editora acrescentou ainda que, “se acontece duas vezes na mesma corrida, é claro que é baseado em algum parâmetro que abordam”. “Ou vocês decidem que este é positivo e o defendem ou vão para casa”, sugeriu a editora.

Esta não foi a única a criticar a recente sondagem, tendo Larry Sabato, diretor do Centro de Política da Universidade da Virgínia, chegado a considerá-la cómica.

“Ignorem a sondagem do Washington Post e da ABC. É um valor atípico ridículo (Trump 10 pontos acima de Biden é de rir às gargalhadas)”, argumentou na rede social X, perguntando ainda “como é que conseguiram publicar uma sondagem tão absurda”. “Será uma grande vergonha para vocês”, atirou.

Críticas à parte, a sondagem dos dois meios de comunicação social norte-americanos não foi apenas focada no possível vencedor da corrida às eleições de 2024. Aos inquiridos, também foi perguntada a opinião sobre o mandato de Biden e o de Trump, entre 2017 e 2020.

A esta pergunta, 56% responderam que “desaprovavam” Biden, enquanto que 37% disseram que “aprovavam”. Já no caso de Trump, os resultados foram 48 e 49%, respetivamente.

As principais razões para os norte-americanos não estarem contente com a presidência de Biden são a economia, em que 64% discordam da forma como está a ser tratada, comparando com 30%, e a questão da imigração junto à fronteira com o México, criticada por 62% e aprovada por 23%.

Além destes fatores, sondagem diz que Trump vence nas gerações mais novas, o que é uma preocupação para o democrata que confia na juventude para a reeleição, por ter sido a mesma o elegê-lo em 2020. A maioria dos inquiridos com idades compreendidas entre 18 e 35 anos votaria no ex-Presidente, tendo a sondagem mostrado 53% de eleitores, face aos 38% de Biden.

Finalmente, entre outras questões, os inquiridos responderam sobre a sua opinião no que diz respeito ao possível impeachment de Joe Biden, requerido pelo Presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.

Presidente da Câmara dos Representantes pede “impeachment” de Joe Biden

A esta questão, 40% indicaram que o Presidente está a ser “vitimizado injustamente pelos seus opositores políticos”, enquanto que 53% argumentaram que “está a ser responsabilizado pela lei, tal como qualquer outra pessoa seria”.