O dia 567 de guerra na Ucrânia foi marcado pela confirmação oficial, por parte das Forças Especiais do Exército ucraniano, de que o comandante russo da frota do Mar Negro, Viktor Sokolov, e outros 33 militares morreram na sequência do ataque da última sexta-feira à sede da base naval do Mar Negro, em Sebastopol, na Crimeia ocupada.

Em comunicado, partilhado na rede social Facebook, as Forças Especiais do Exército ucraniano referem que “trinta e quatro oficiais, entre eles o comandante da frota russa do mar Negro, morreram no ataque”. “Outros 105 ocupantes ficaram feridos”, adianta ainda esta unidade do exército. O ataque ucraniano de sexta-feira ao quartel-general da frota russa do Mar Negro foi levado a cabo com recurso a mísseis de longo alcance Storm Shadow, de fabrico britânico, e provocou uma grande destruição no edifício onde estavam reunidos militares russos.

A manhã desta segunda-feira foi ainda marcada pelo discurso do primeiro-ministro húngaro perante o parlamento, em Budapeste. Viktor Órban avançou que a Hungria não vai apoiar a Ucrânia no plano internacional até que Kiev restabeleça os direitos da minoria étnica húngara que vive em território ucraniano.

O que se passou durante a noite?

  • O Presidente ucraniano usou o habitual discurso diário para prometer que o país vai apostar na produção nacional de armamento para se defender. “A melhor coisa para nós é sermos capazes de produzir sistemas de defesa aérea e outros tipos de armas avançadas. É a única forma de garantir a segurança ucraniana. E nós vamos produzir, vamos construir todas as instalações de produção necessárias, passo a passo”, garantiu.
  • Os navios russos no Mar Negro continuam a lançar ataques sobre a Ucrânia na noite passada, mesmo depois do ataque à base naval em Sebastopol que as Forças Especiais do Exército ucraniano dizem ter resultado na morte do comandante russo da frota do Mar Negro, Viktor Sokolov, e de  33 militares. São operações por “inércia”, nas palavras do comandante da marinha ucraniana Dmytro Pletenchuk, que lhes atribui pouca importância: “É como uma galinha a correr sem cabeça”.
  • O opositor do Kremlin Vladimir Kara-Murza, que está a cumprir uma pena de prisão de 25 anos por ter denunciado a guerra na Ucrânia, foi transferido de um centro de detenção em Moscovo para uma prisão na Sibéria. A informação foi transmitida pelo seu advogado na conta de Facebook.

O que se passou durante a tarde?

  • A defesa área russa impediu um ataque ucraniano com 11 drones em duas regiões perto da fronteira com a Ucrânia, afirmou o Ministério de Defesa russo. Foram destruídos sete destes equipamentos em Belgorod e quatro que sobrevoavam Kursk.
  • O líder da Câmara dos Comuns no Canadá, Anthony Rota, pediu desculpa depois de ter convidado ao Parlamento no país um ex-combatente ucraniano que lutou ao lado das tropas nazis na II Guerra Mundial.
  • A Hungria não vai apoiar a Ucrânia no plano internacional até que Kiev restabeleça os direitos da minoria étnica húngara que vive em território ucraniano, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, esta segunda-feira, perante o parlamento, em Budapeste.
  • Os métodos de tortura levados a cabo por soldados russos em zonas ocupadas da Ucrânia assumiram um caráter tão brutal que acabaram por provocar a morte a ucranianos, disse, esta segunda-feira, o líder da Comissão de Inquérito nomeada pelas Nações Unidas.
  • A Rússia anunciou que incluiu o Presidente do Tribunal Penal Internacional (TPI), o polaco Piotr Hofmanski, na lista de pessoas procuradas pela Justiça russa, sem especificar o motivo.

O que se passou durante a manhã?

  • As forças russas atingiram esta tarde um jardim de infância e quatro edifícios residenciais na cidade de Chasiv Yar, na região de Donetsk, denunciou a administração regional ucraniana.
  • Os Estados Unidos aprovaram um empréstimo de 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) à Polónia para esta modernizar as suas Forças Armadas. A decisão foi divulgada poucos dias depois de Varsóvia ter anunciado o fim do envio de armas a Kiev para se focar na modernização do seu arsenal.
  • O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, afirmou que o seu país não tem pressa em ratificar a candidatura da Suécia à NATO, sugerindo que o país poderá enfrentar mais atrasos para se tornar membro da aliança militar, avançou o The Guardian.
  • Depois dos ataques russos a Odessa na noite de domingo, foram descobertos esta segunda-feira destroços de mísseis na região separatista da Transnístria, na Moldávia, avançou Oleg Belyakov, codiretor de uma comissão especial que supervisiona as medidas de segurança na região.
  • A Rússia afirma ter expulsado no domingo à noite as Forças Armadas ucranianas da aldeia de Orekhovo-Vasilevka, a norte de Bakhmut, avançou a agência russa TASS.
  • A Rússia atacou esta segunda-feira a região de Odessa, no sul da Ucrânia, com 19 drones e 14 mísseis, com as autoridades ucranianas a darem conta de duas mortes, um ferido e danos à infraestrutura portuária.
  • O ataque de um drone ucraniano destruiu várias casas e um edifício administrativo na região russa de Kursk. Simultaneamente, dois drones ucranianos foram destruídos na região de Belgorod, dizem os governadores locais esta segunda-feira.
  • Duas pessoas morreram e pelo menos três ficaram feridas em Beryslav, cidade na região de Kherson, que foi atingida por mísseis russos.
  • A Rússia está a realizar uma detonação controlada do que resta da estrutura-sede da frota russa do Mar Negro, em Sebastopol, atingida por um ataque ucraniano, com recurso mísseis de longo alcance, na sexta-feira.
  • O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) desmantelou uma rede de espionagem russa na região de Kharkiv.
  • O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou, esta segunda-feira, que os primeiros tanques Abrams, de fabrico norte-americano, já se encontram na Ucrânia.

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