Segundo o New York Times, a Nio, um dos fabricantes chineses mais conceituados pela qualidade e sofisticação dos veículos que produz, apresentou perdas de 835 milhões de dólares no 2.º trimestre de 2023, o que equivale a perder 35.000$ por cada veículo vendido, cerca de 33.100€. Mas se isto poderia ser problemático, ou até mesmo o fim para muitos construtores, a Nio – entre outros fabricantes de automóveis chineses – viu as suas perdas serem absorvidas pelo Governo, com a ajuda dos bancos controlados pelo Estado, ou seja, pelo Partido Comunista chinês.

Esta informação levou as autoridades europeias a apertar o controlo sobre as ajudas do Governo chinês aos seus construtores, o que é ilegal face ao acordo comercial vigente. Contudo, isto vem dar consistência às suspeitas dos construtores europeus, que já tinham alertado para a exagerada competitividade por parte dos fabricantes asiáticos, fruto destes terem o Estado a suportar uma parte considerável dos custos.

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Ao que tudo indica, os fabricantes norte-americanos estão mais bem defendidos do que os europeus da “invasão” chinesa, ancorada em ajudas que não são aceitáveis em veículos que pretendem ser comercializados no continente europeu.

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De salientar que, ao perder cerca de 33.100€ por veículo produzido, a Nio perde quase tanto, em termos médios, como o custo do próprio veículo que vende ao cliente. Isto coloca uma pressão tremenda sobre a concorrência europeia, que emprega trabalhadores locais e paga impostos no Velho Continente, pois equivale a competir contra construtores chineses que, potencialmente, não têm de pagar os custos dos materiais que utilizam e muito menos a mão-de-obra.

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De acordo com o Times, as ajudas do Estado chinês permitem que construtores como a Nio continuem a crescer, apesar de perderem dinheiro por cada carro comercializado. Segundo este órgão de informação, a Nio estava à beira da falência em 2020, mas foi salva por uma entrada de capital próxima de mil milhões de dólares, por compra de 24% da empresa. Para melhorar ainda mais a situação da marca, um banco (igualmente estatal) injectou 1,6 mil milhões de dólares neste mesmo período, o que garantiu a folga financeira para continuar a lutar pela conquista do mercado europeu.