O Nobel da Economia de 2023 foi entregue a Claudia Goldin, pela pesquisa sobre o papel da mulher no mercado de trabalho. A investigadora está ligada à Universidade de Harvard, nos EUA.

A investigadora dedicou a carreira a estudar a participação das mulheres no mercado de trabalho, ao longo de um período histórico muito longo (mais de 200 anos). A pesquisa, que se concentrou essencialmente nos EUA, detetou vários padrões que surgem na participação das mulheres no mercado de trabalho tanto em períodos de expansão económica como em momentos recessivos.

Na conferência de imprensa a Real Academia Sueca das Ciências, os especialistas que ajudaram a contextualizar o trabalho de Claudia Goldin explicaram que a investigadora não apresenta soluções de política que possam ajudar o chamado “fosso salarial”. Mas estes mesmos especialistas sublinham que o trabalho de Goldin é essencial para enquadrar de forma científica esta questão, algo que é essencial para que se possam tomar medidas políticas corretas.

Na mesma conferência de imprensa, não foi possível estabelecer contacto telefónico com a laureada, mas o diretor-geral do organismo indicou que, tendo falado com Claudia Goldin cerca de uma hora antes, ela estava “surpreendida” pela distinção mas “muito, muito satisfeita”.

Este é o último prémio entregue pela Real Academia Sueca de Ciências nesta temporada, depois de na sexta-feira a iraniana Narges Mohammadi ter sido homenageada com o Prémio Nobel da Paz. Dias antes, o Prémio Nobel da Literatura foi entregue ao romancista, poeta e dramaturgo norueguês Jon Fosse.

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Também este ano o Prémio Nobel da Química 2023 foi atribuído a três investigadores de instituições norte-americanas — Moungi G. Bawendi, Louis E. Brus e Alexei I. Ekimo. E o Nobel da Física foi atribuído a Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L’Huillier: os cientistas (quase) ultrapassaram Flash, o super-herói da DC Comics, e conseguiram ver eletrões ultrarrápidos.

O Prémio Nobel da Medicina 2023 foi atribuído a Katalin Karikó e Drew Weissman pelas descobertas que permitiram o desenvolvimento de vacinas de mRNA, tecnologia que foi utilizada na vacinação contra a Covid-19.

No ano passado, o Prémio Nobel da Economia foi entregue aos investigadores Douglas Diamond, Philip Dybvig e Ben Bernanke. Este último, além da pesquisa académica pela qual foi premiado, foi presidente da Reserva Federal dos EUA no momento em que começou a crise financeira de 2008.

Nobel da Economia. Resgatar bancos é mau, mas deixá-los cair é pior

Ao contrário dos outros prémios, o Nobel da Economia não estava entre as cinco distinções científicas definidas no testamento de Alfred Nobel, que morreu em 1896. Ainda assim, o prémio começou a ser atribuído a partir de 1968 graças a um donativo feito pelo banco central sueco – e a metodologia de seleção é exatamente a mesma.