Os vereadores socialistas consideram “absolutamente inaceitáveis” as afirmações de Carlos Moedas sobre as posições do Bloco de Esquerda e PCP a propósito do conflito israelo-palestiniano”. Em reunião da Câmara de Lisboa, o PS veio “repudiar” aquilo que entende serem as “falsas equivalências entre o PCP e o BE e a extrema-direita” ensaiadas pelo presidente da autarquia.
Segundo apurou o Observador, Pedro Anastácio, vereador do PS e deputado à Assembleia da República, dirigiu-se ao presidente da Câmara para garantir que os socialistas na autarquia “não conseguem acompanhar as palavras que [Moedas] disse a respeito do BE e PCP”. E acrescentou: “Já o disse aqui na reunião de câmara, voltou a repeti-lo quando foi à televisão e mostra que é algo que pensa mesmo”.
“Percebemos o que pretende com as falsas equivalências entre o PCP e o BE e a extrema-direita”, acusou o socialista, garantido que como deputado conhece as propostas do BE e PCP. “Sabe o que não encontro? Não encontro propostas racistas, não encontro propostas misóginas, não encontro propostas xenófobas”, defendeu o vereador.
Recorde-se que Carlos Moedas, em entrevista à SIC Notícias e à boleia do conflito israelo-palestiniano, defendeu que o país começa a “ter uma extrema-esquerda racista” depois de ter tido, historicamente, uma extrema-direita racista.
“Vemos partidos de esquerda a defender organizações terroristas e vemos uma extrema-esquerda conivente com o terrorismo“, defendeu Moedas. “A extrema-esquerda mostrou a sua verdadeira face e as declarações de muitos partidos políticos da extrema esquerda roçam o antissemitismo.”
A troca de acusações entre Moedas e oposição socialista, que saiu em defesa dos partidos à esquerda, surge numa altura em que o PS vai pensando numa plataforma de entendimento à esquerda que, em 2025, seja capaz de derrotar o presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Ainda a 31 de agosto, e antecipando a provável candidatura de Marta Temido à autarquia, a ex-ministra da Saúde já assumia: “Se olharmos para o passado, ele mostra que Lisboa tem progredido sempre quando a esquerda se une e quando tivemos soluções que permitiram esse trabalho em conjunto, até em situações anteriores à geringonça”.
Marta Temido vê com bons olhos megacoligação para enfrentar Moedas. Esquerda dividida