O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, defendeu esta sexta-feira mais oportunidades para as mulheres timorenses, que considerou terem “grande potencial para gerir a economia nacional”.

“Reafirmo a necessidade urgente de uma maior participação das mulheres na resolução dos desafios que enfrentamos nas nossas famílias, comunidades e nação. O seu envolvimento ativo é essencial para forjar soluções duradouras”, referiu José Ramos-Horta, numa mensagem para assinalar o Dia Nacional da Mulher timorense.

Na mensagem, o Presidente timorense salienta que o “acesso à educação e formação profissional é um direito fundamental”, que permite às mulheres “transformar as suas vidas e contribuir significativamente para o desenvolvimento do país”.

“Devemos continuar a promover oportunidades educacionais igualitárias, garantindo que cada mulher tenha os meios para alcançar seu pleno potencial”, sublinhou o chefe de Estado timorense.

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José Ramos-Horta considerou também que as mulheres têm um “papel” na “batalha contra a pobreza multidimensional, desnutrição maternoinfantil e a insegurança alimentar”.

“Encorajo e apoio projetos de autoemprego e empreendedorismo que proporcionem fontes sustentáveis de rendimento, para as mulheres, verdadeiras gestoras do lar com grande potencial para gerir a economia nacional”, referiu.

O Presidente destacou também o “papel insubstituível da mulher na família, a célula base” da sociedade.

“Como filhas, esposas e mães, as mulheres desempenham papéis multifuncionais que merecem ser valorizados e apoiados. Podemos e devemos trabalhar com mais empenho e dedicação para criar condições que permitam conciliar responsabilidades familiares das mulheres com atividades académicas, técnicas e profissionais”, disse.

Segundo a Comissão para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (Cedaw, sigla em inglês), Timor-Leste tem registado avanços na representatividade política, mas continua com um elevado índice de violência doméstica e sexual.

Dados da Cedaw, referentes a maio, indicam que “mais de metade das mulheres timorenses com idades entre os 15 e os 49 anos” já foram vítimas de violência física e sexual.

A comissão avalia a implementação da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, criada em 1979 pela Assembleia Geral da ONU.