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O Conselho Europeu decidiu abrir as negociações formais de adesão à União Europeia (UE) com a Ucrânia e a Moldávia, anunciou o presidente da instituição, falando num “sinal claro de esperança” para estes países.

“O Conselho Europeu decidiu abrir negociações de adesão com a Ucrânia e a Moldávia”, anunciou Charles Michel, numa publicação na rede social X, após horas de discussões entre os chefes de Governo e de Estado da UE, reunidos esta quinta-feira em cimeira europeia, em Bruxelas, um encontro marcado pelas ameaças húngaras de veto a decisões como a agora conhecida.

A Hungria mostrou-se desde o início contra a abertura das negociações com a Ucrânia, o que gerou receios de que não fosse possível avançar com o acordo para dar início às conversações. Segundo a Bloomberg, Orbán deixou a sala momentos antes da votação, sem delegar o voto a mais ninguém.

No momento em que a questão foi colocada, ninguém levantou objeções e o presidente do Conselho Europeu deu o ponto como aprovado por unanimidade.

O momento em que o primeiro-ministro húngaro abandonou a sala de votação foi previamente combinado como uma forma de Orbán levantar o veto húngaro de maneira “oficiosa”.

“Forma elegante de resolver a questão”

À saída da Conselho Europeu em Bruxelas, António Costa salientou o caráter “histórico” da decisão de abrir negociações com vista à adesão de Ucrânia e Moldávia à União Europeia. “É um dia histórico. Ao contrário do que muita gente receava, foi possível estabelecer um consenso para abrir negociações”, disse o primeiro-ministro demissionário.

O ainda chefe de Governo elaborou sobre o momento em que Viktor Orbán abandonou a sala de votação para abrir caminho ao voto favorável dos outros 26 líderes. Costa confirmou que o momento foi “devidamente acordado” e elaborou sobre os motivos.

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“A Hungria não queria bloquear a decisão mas não se queria associar a ela. Depois de uma longa discussão, conclui-se que havia uma forma elegante de resolver a questão”, explicou Costa.

Assegurando que Budapeste “não pediu nada em troca”, o primeiro-ministro português disse que a ideia partiu do chanceler alemão, Olaf Scholz, e que Orbán “concluiu que era uma boa solução”, disse.

O Presidente ucraniano, que chegou esta quinta-feira à Alemanha para uma visita surpresa, foi rápido a reagir à notícia de que a UE decidiu abrir as negociações para a adesão do país ao bloco comunitário. “É uma vitória para a Ucrânia. Uma vitória para Europa. Uma vitória que motiva, inspita e fortalece”, escreveu numa publicação no X.

É uma decisão estratégica e um dia que ficará gravado na história da nossa União”, declarou a presidente do executivo comunitário numa mensagem na sua conta na mesma rede social.

Já o primeiro-ministro húngaro partilhou nas redes sociais um vídeo em que explicou que a posição húngara se mantém inalterada. “A adesão à Ucrânia à UE é uma má decisão. A Hungria não quer tomar parte desta má decisão”, sublinhou momentos depois do anúncio do presidente do Conselho Europeu.

Ainda que as negociações para a adesão tenham sido aprovadas, há ainda um longo caminho a percorrer até que esse cenário seja uma realidade. No rescaldo da decisão desta tarde, o diretor político de Viktor Orbán, deixou antever que Budapeste vai continuar a colocar obstáculos ao processo, que ainda agora vai no início.

Balázs Orbán (não há relação de parentesco) disse que a decisão do primeiro-ministro abandonar a sala de votação foi tomada “para evitar cooperar naquilo que entendemos como uma decisão insensata”.

Numa publicação nas redes sociais, o responsável húngaro lembrou ainda o processo que ainda está pela frente — e deixou antever que a Hungria irá continuar a colocar obstáculos no caminho.

“Os Estados-membros ainda têm de acordar unanimemente uma estrutura de negociação. Além disso, um mínimo de 70 decisões serão necessárias ao longo dos próximos anos para viabilizar o acesso da Ucrânia à UE”, pode ler-se.

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