O líder do Chega considerou esta quinta-feira que o caso da compra de ações dos CTT pela Parpública mostra que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, é “absolutamente inapto” para ser primeiro-ministro.
Isto volta a mostrar que o Governo que tivemos, e que agora vai cessar funções, não é um Governo de confiança, mas sobretudo mostra que Pedro Nuno Santos não é um líder de confiança e que é absolutamente inapto para a tarefa de ser primeiro-ministro”, disse André Ventura à chegada à Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), no Porto.
Segundo Ventura, as declarações de Pedro Nuno Santos, que esta tarde afirmou que como ministro das Infraestruturas sabia e concordou com a compra de ações dos CTT, mas não conduziu o processo, só ajudaram a agudizar ainda mais a falta de transparência em que está envolto o negócio.
Além de Pedro Nuno Santos, o presidente do Chega criticou também as explicações dadas pelo primeiro-ministro, António Costa, de que a compra de ações foi feita “por cautela” e para assegurar a prossecução da operação do serviço público, antes da renovação da concessão.
Ora, isto é um primeiro-ministro a assumir que decidiu esconder um negócio por razões de natureza económica. Eu recordo que, por exemplo, os relatórios da Parpública não têm esta compra de ações e, portanto, podemos concluir esta tarde que houve uma manobra de António Costa e de Pedro Nuno Santos, porque era quem tutelava esta área, para esconder esta realidade e isto é muito grave”, salientou.
O Jornal Económico noticiou na quarta-feira que o anterior Governo, sem o divulgar, instruiu a Parpública a comprar ações dos CTT através de um despacho do então ministro das Finanças, João Leão.
No parlamento, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, negou ter dado orientações ao Ministério das Finanças ou à Parpública para a compra de ações dos CTT, enquanto ministro das Infraestruturas, e remeteu explicações sobre esta matéria para o Governo.
Em comunicado, a Parpública defendeu que “a compra de ações dos CTT, realizada até outubro de 2021, ocorreu no cumprimento dos requisitos legais”, referindo que foi feita por despacho do ministro das Finanças da altura, João Leão, e com parecer prévio da UTAM – Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial.