Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência no atual governo em gestão, vai ser a cabeça de lista pelo PS em Lisboa. Ana Catarina Mendes, ministra dos Assuntos Parlamentares, lidera a lista socialista em Setúbal e em Santarém será a ex-ministra Alexandra Leitão, que tem estado ao lado de Pedro Nuno Santos.
Os nomes foram revelados por Luís Marques Mendes, comentador da SIC e ex-líder do PSD, tendo o Observador já confirmado junto do PS o nome das três candidatas a deputadas pelos três círculos. “Três pessoas com qualidade política”, salienta o comentador.
Do PS ainda são poucos os nomes conhecidos. O Observador já tinha avançado que pelo Porto avança Francisco Assis como cabeça de lista.
Na elaboração destas listas, sabe-se já também que Duarte Cordeiro não vai integrar os nomes candidatos a deputados. O atual ministro do Ambiente também recusa fazer parte de um eventual novo governo socialista caso o partido vença as eleições. Duarte Cordeiro prefere não desempenhar qualquer cargo público enquanto não ficarem esclarecidos os casos em que está envolvido, como a Operação Influencer. “Tenho direito ao meu bom nome”, disse ao Expresso.
Marques Mendes considerou que este é um bom exemplo. Considerando que é um dos melhores ministros do Governo, recorda que Duarte Cordeiro não é sequer arquido no processo. “Enquanto tudo não está esclarecido, decidiu afastar-se, em vez de se agarrar ao lugar. Se todos agissem assim, a democracia respirava muito melhor”.
Tal como o Observador avançou, a direção do PS está a afinar uma regra para potenciais candidatos que estejam envolvidos em casos judiciais e não vai impedir que autarcas em fim de mandato saltem para a Assembleia da República.
No espaço de opinião na SIC este domingo, Marques Mendes acrescenta que “é muito importante ter bons deputados, mas acho que não é por aí que o partido A ou B vá ganhar eleições. Quase ninguém vota em deputados”.
Para Marques Mendes isso é mau. “Mas será sempre assim enquanto não tivermos um sistema de círculos uninominais, compensados com um círculo nacional. O modelo mais recomendável para promover o mérito e a responsabilização política.” E os partidos, no seu entender, estão a fazer por melhorar. Aplaude as escolhas dos independentes. Mas critica a saída de Carla Castro da IL. “Uma das melhores deputadas da Assembleia da República”.
Marques Mendes: “AD recuperou a iniciativa”
Luís Marques Mendes, ex-líder do PSD, no habitual comentário na SIC, considera que desta vez “a AD recuperou a iniciativa”, depois da reunião com economistas e desta convenção de domingo. Considera que o discurso de Luís Montenegro foi “bom” e “diferente do habitual” e “marcante para o futuro”.
Isto porque, no seu entender, “marca diferenças” em relação a Pedro Nuno Santos, sobretudo na economia e redução de impostos, e porque “apresentou um conjunto de compromissos que quantificou com propostas “quantificadas e calendarizadas”, em particular na saúde, educação, jovens e pensões. Também mostra, no entender de Marques Mendes, querer reconciliar-se com os reformados.
Marques Mendes também vê no discurso de Montenegro uma doutrina política e económica e um discurso mais pela positiva do que pela negativa. “As pessoas querem coisas pela positiva”.
Marques Mendes elogia ainda o discurso de Nuno Melo. “Um bom discurso, sobretudo no combate político ao Chega. Percebe-se que há aqui uma divisão de tarefas. Nuno Melo faz o discurso de combate; Montenegro faz mais o discurso pela positiva”.
Considera que Nuno Melo, o que disse na entrevista, é normal ser dito por um comentador, não por um político, mas “isso acontece a todos. É uma infelicidade”.
“Infantilidade” de Melo causa embaraço a Montenegro. “Caiu na casca de banana”
A ausência do presidente do PPM não “faço ideia”, considerando não haver qualquer significado.
Sobre Pedro Nuno Santos, Marques Mendes considera que o líder do PS “tem nuvem negra que o acompanha”, que é a sua passagem pelo Governo. “É uma espécie de pesadelo”, diz Marques Mendes na SIC. “Não creio que a TAP lhe vá tirar votos. O que Pedro Nuno Santos tinha a perder por causa da TAP já perdeu. E não foi pouco”.
Sobre o líder do PS destaca pela positiva o anúncio de que a prioridade é a economia e o crescimento. “É preciso metermos todos na cabeça que temos de crescer”. Pela negativa diz que fica a questão fiscal.
“É difícil compreender como se pode colocar a economia a crescer mais e a atrair mais investimento produtivo com os níveis de fiscalidade que temos, sobretudo se compararmos com os países do Leste Europeu”. Para Marques Mendes a questão fiscal não devia ser de esquerda ou de direita. “Deve ser uma questão mais objetiva”.
“É bom que o PS fale de mais crescimento económico mas é bom que nos explique como lá chega com esta fiscalidade”.
Luís Marques Mendes diz ter informação de que o excedente orçamental em 2023 ficou acima de 1%. A UTAO, ainda esta semana, considerou que o excedente de 0,8% projetado pelo Governo iria ser ultrapassado. O Banco de Portugal estimou o excedente em 1,1%. O comentador adianta que não ficará abaixo de 1%.
E diz que o fundo Medina devia mesmo ser criado, até pela perspetiva da perda futura dos fundos estruturais de Bruxelas. “O Fundo parecia-me uma boa ideia”.