A Comissão Eleitoral do Paquistão convocou uma reunião de emergência para quinta-feira, depois de um candidato ter sido morto e várias pessoas terem ficado feridas em ataques separados ocorridos esta quarta-feira, uma semana antes das eleições.

A violência aumentou nos últimos dias no país asiático, nomeadamente contra certos candidatos às eleições legislativas e provinciais de 8 de fevereiro.

A comissão disse que se vai reunir com os responsáveis governamentais pela segurança e com os serviços secretos, “tendo em conta a deterioração da situação de segurança” nas províncias do Balochistão (sudoeste) e de Khyber Pakhtunkhwa (noroeste).

As autoridades já tinham anunciado que vários milhares de membros das forças de segurança seriam destacados como reforços para o escrutínio, nomeadamente na capital, Islamabade, e no noroeste do país, que faz fronteira com o Afeganistão.

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Rehan Zeb Khan, candidato independente às eleições legislativas, foi morto a tiro esta quarta-feira por desconhecidos quando seguia num carro no distrito de Bajaur, em Khyber Pakhtunkhwa.

O candidato tinha acabado de sair de uma reunião eleitoral.

Foi “um assassinato seletivo, com o objetivo de criar o caos durante as eleições”, disse um oficial da polícia local, Kashif Zulfiqar, à agência francesa AFP.

Rehan Zeb Khan ia concorrer como independente depois de não ter conseguido obter a nomeação do Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), o partido do antigo primeiro-ministro Imran Khan.

Antiga estrela mundial do críquete, o desporto-rei no Paquistão, Khan foi condenado esta semana a duas penas de prisão de 10 e 14 anos por corrupção.

Ex-primeiro-ministro paquistanês condenado a mais 14 anos de prisão por corrupção

O PTI condenou em comunicado o assassinato de Rehan Zeb Khan e denunciou ataques contra os seus candidatos e comícios nas últimas semanas da campanha.

“É da responsabilidade do governo provisório proteger os candidatos que concorrem às eleições gerais e falhou redondamente”, declarou o PTI, segundo a agência espanhola EFE.

Também dois candidatos do Partido Popular Paquistanês (PPP) foram atacados esta quarta-feira com granadas em Quetta, a capital do Balochistão.

“Ambos se encontravam nos seus escritórios quando foram atacados por terroristas”, disse um porta-voz do PPP à AFP, acrescentando que cinco pessoas ficaram feridas.

Um outro candidato do PPP foi alvo de um ataque com granadas em casa, nos arredores de Buleda, perto da fronteira com o Irão, mas ninguém ficou ferido.

Segundo a polícia, pelo menos quatro pessoas foram mortas na terça-feira num atentado bombista em Quetta, perto de um comício eleitoral do PTI.

As campanhas eleitorais no Paquistão são geralmente marcadas por episódios de violência. No passado, muitos candidatos e eleitores foram alvo de ataques armados e de atentados bombistas perpetrados por insurrectos islamistas.