Rui Patrício, último ministro dos Negócios Estrangeiros da ditadura, morreu no Rio de Janeiro, aos 91 anos, avança o Diário de Notícias. Viveu no Brasil nos últimos 50 anos e defendeu sempre que o “25 de Abril foi a derrota de uma nação”.

Chegou aos 33 anos a ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Marcelo Caetano e assistiu ainda a uma parte da primavera marcelista. Durante quatro anos tentou defender, sob fortes críticas da comunidade internacional, a ideia de que as colónias faziam parte do território nacional e os argumentos do Estado Novo na defesa da Guerra do Ultramar.

Antes tinha passado pelo gabinete do ministro do Ultramar, pela Comissão de Coordenação dos Serviços Provinciais de Planeamento e Integração Económica. Em 1965, Patrício foi nomeado subsecretário de Estado do Fomento Ultramarino.

Rui Patrício foi um dos ministros que ficaram com Marcelo Caetano no quartel da Guarda Nacional Republicana no Largo do Carmo, tendo assistido à transmissão do poder que ocorreu entre Marcelo Caetano ao general Spínola.

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Depois de uma passagem pela Madeira, Marcelo Caetano e de Rui Patrício viajaram para o Brasil e ali passara a residir.

Ao contrário de Caetano, que morreu em 1980, Rui Patrício regressou uma única vez a Portugal, em 2008. A razão não podia ser mais relevante do ponto de vista histórico: para participar num colóquio sobre a diplomacia portuguesa entre 1968 e 1974.

Nesse evento, defendeu as suas ideias de sempre. “O 25 de Abril e a descolonização que se lhe seguiu foi a autoderrota da nação. África fazia parte da nação portuguesa”, afirmou.

Morreu no Rio de Janeiro este domingo com 91 anos.