No debate promovido pela Rádio Observador entre os cabeças de lista ao circulo eleitoral de Castelo Branco, a isenção de portagens nas SCUT foi o que motivou maior troca de acusações, com a cabeça de lista da Aliança Democrática, Liliana Reis a acusar o PS de estar a usar o Orçamento do Estado para fins eleitorais. Nuno Fazenda, o cabeça de lista dos socialista, responde com “ação, ação e ação. Sem diagnósticos, já no terreno, a executar”.
Depois de Pedro Nuno Santos ter prometido o fim das portagens nas SCUT do interior, Nuno Fazenda atirou à AD ao dizer que “o compromisso era claro: continuar a promover a redução dos custos das portagens. Prometemos e cumprimos. Reduzimos em 65% face a 2011” e justifica a isenção total ter chegado só agora devido a um “novo contexto”, criticando “a reação de incómodo do PSD“.
[Ouça aqui o debate promovido na Rádio Observador]
Para a cabeça de lista da AD, Liliana Reis, “as contas certas e o excedente não se verificaram na eliminação das portagens” e acusa o PS de querer avançar com a isenção apenas nos troços “que abrangem mais eleitorado“. Para a coligação liderada pelo PSD a estratégia passa por uma “redução gradual e progressiva” para “eliminar os custos de contexto”.
Liliana Reis estranha que “as boas noticias para o interior só surjam neste quadro eleitoral”, acrescentando que “este Orçamento do Estado está a servir para fazer campanha eleitoral”. Nuno Fazenda garante que não e defende o trabalho do PS na beira baixa incluindo na promoção do turismo no interior — setor do qual é o atual secretário de Estado. Para o candidato socialista, “o crescimento foi assente nas empresas, nos trabalhadores mas também nas políticas públicas que permitiram esse crescimento”, concordando com a estratégia de Pedro Nuno Santos de segmentar as apostas estratégicas do Estado na economia.
Para a AD a economia “está muito alicerçada no Estado” e critica a “terceirização do setor produtivo” na região que diz terem “reflexo nas manifestações dos agricultores e em vários empresários ligados à indústria produtiva”. O candidato socialista rebate com “a concretização, a fase da ação”, que diz que o Governo já implementou nas promessas para a região e critica a “teorização e os diagnósticos” da AD.
Linhas vermelhas com o Chega com diferentes interpretações
Sem querer comentar diretamente a questão açoriana, o candidato do PS lembrou que “há três anos o PS ganhou e o PSD aliou-se ao Chega”, recordando que aí “não existiram linhas vermelhas”. Para Liliana Reis, “há uma posição muito clara de [Luís] Montenegro e da AD” e lembra que há militantes do PS “como Assis e Miguel Prata Roque que disseram que um Governo da AD devia ser viabilizado mesmo em maioria relativa”, criticando a possibilidade do PS fazer uma coligação com o Chega “ainda que seja negativa“.
Entre as várias discordâncias também a regionalização motivou trocas de acusações, com Nuno Fazenda a defender o “maior pacote de descentralização da democracia” que diz ter sido aplicado por este Governo, mas Liliana Reis contrapõe com as queixas dos autarcas e acusa o candidato socialista de falta de conhecimento do terreno “sem ser ao fim-de-semana” .