O presidente do Chega, André Ventura, considerou este domingo que o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, tem como “grande modelo” o antigo primeiro-ministro José Sócrates e acusou o PS de ser “o partido mais corrupto”.

“Pedro Nuno Santos, o grande modelo dele, aliás vê-se pelos fatos e pelas expressões, era José Sócrates. Todos eles andaram ao colo com José Sócrates, é a mesma escola”, afirmou André Ventura no primeiro comício da campanha oficial para as eleições legislativas de 10 de março.

Em Lousada, no distrito do Porto, o líder do Chega alegou que “muitos dos que andam aí agora, candidatos, com Pedro Nuno Santos, diziam que José Sócrates era uma vítima da justiça, que era perseguido, que era uma vergonha”.

“Estes que agora se juntam, Ana Gomes, Francisco Assis, Pedro Nuno Santos, não são mais do que esta escola socrática que nunca aceitou que a justiça tem de ser igual para todos. Não pode ser para os socialistas uma coisa e para os outros outra coisa diferente”, disse.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O presidente do Chega afirmou que o Governo de António Costa caiu “por força de mais um caso de corrupção” e acusou os socialistas de serem “muito bons a vitimizarem-se”, concluindo que o PS “deixa de ser governo porque é o partido mais corrupto que há em Portugal”.

Chega não vai estar presente do debate das rádios esta segunda-feira

Ventura afirmou também que o PS “não quer fazer nenhuma reforma na justiça, quer deixar tudo igual” e acusou os socialistas de quererem “controlar a justiça”. Quanto ao PSD, defendeu que “é igualmente mau para a justiça”.

Falando também no caso da Madeira, André Ventura defendeu estes partidos “não querem uma justiça que funcione, que seja capaz de atuar, eles querem uma justiça para eles, que permita continuar a olhar para o lado em tudo o que tem acontecido”. “PS e PSD são iguais na corrupção, são exatamente a mesma coisa, a mesma fraqueza no combate à corrupção”, criticou.

Mais à frente no seu discurso, que durou quase meia hora, André Ventura referiu-se às declarações da coordenadora do BE, que considerou no sábado existirem “rios de dinheiro que correm de cofres milionários” para partidos como Chega e IL. “Eu até liguei ao Rui Paulo Sousa, que é o nosso mandatário financeiro, a perguntar ‘oh Rui, tu não me disseste nada disto, então há milionários que andam a transferir dinheiro e nós não sabemos de nada’?”, ironizou.

Mortágua critica “rios de dinheiro” que vão dos milionários para Chega e IL

André Ventura disse que “o único rio de dinheiro” que viu nos últimos tempos foi “aquele que encheu os bolsos a Mariana Mortágua”, alegando que a líder do BE “era deputada em exclusividade e estava a receber três salários ao mesmo tempo”.

O líder do Chega aludiu também ao caso da avó da coordenadora bloquista, dizendo estar a referir-se à “neta da suposta avó que supostamente teria recebido uma carta de despejo quando há tinha mais da idade legal para não poder ser despejada, e vive numa das melhores zonas de Lisboa, paga 400 euros, e pertence a uma instituição de solidariedade social”.

“A reação é só uma, nós não respondemos a burlonas e a mentirosas, porque não há mais nada para dizer”, indicou.

Referindo-se a PS, BE e PCP como “esquerda caviar”, Ventura alegou que estão preocupados com o “dinheiro no bolso deles” e acusou estes partidos de “hipocrisia política” por defenderem os serviços públicos e recorrerem a escolas e hospitais privados.

No arranque da campanha, PS quer defender país “dos ilusionistas das direitas” e AD deixa promessas aos pensionistas

Ventura pede “uma oportunidade” para governar

O presidente do Chega voltou a estabelecer como meta vencer as eleições legislativas e pediu “uma oportunidade” para governar, dizendo que em 50 anos PS e PSD “nunca conseguiram cumprir Portugal”.

“Eu acredito profundamente que nós vamos vencer estas eleições e vamos criar um enorme movimento de transformação de Portugal”, afirmou, falando num “crescimento imparável de um movimento que não é sequer tanto um partido, mas um movimento de pessoas de todas as classes, de todas as idades, condições sociais, que cada vez mais acha que este sistema tem de ser verdadeiramente limpo”.

O presidente do Chega dirigiu-se depois àqueles que disse duvidarem de si: “Os outros tiveram 50 anos de oportunidades, nunca conseguiram cumprir Portugal, o aumento de salários, a dignidade dos das Forças Armadas e das forças de segurança, a dignidade da função pública e do país”.

“Em 50 anos falharam sempre. Deem-me uma oportunidade e eu garanto-vos que terão um país muito melhor do que aquele que tivemos até agora e onde valha a pena viver. Deem-me uma oportunidade e não restará um corrupto em Portugal para tirar um cêntimo do Orçamento do Estado”, apelou.

(Atualizada às 00h09)