O Volt Portugal disse este domingo notar um “maior reconhecimento” nas ruas, algo que o partido antecipa que ajudará a eleger um deputado nas eleições legislativas e que insistirá no diálogo interpartidário para as “reformas estruturais” de que o país precisa.
O Parque das Nações, em Lisboa, foi o local escolhido para uma ação de campanha esta manhã, que era para ser uma gincana, mas, como esta foi antecipada para sábado, acabou por limitar à distribuição de panfletos com as propostas “equilibradas, bem pensadas, possíveis” do movimento político federalista e pró-europeu.
Posicionando-se “no centro moderado”, entre PS e PSD, o Volt insiste no “diálogo entre os partidos moderados” que resulte num “acordo ambicioso para transformar Portugal” e num “compromisso a dez anos” para resolver problemas “que não se resolvem com pequenas medidas”.
Apesar dos cerca de 400 membros ativos em Portugal, apenas cinco participaram na ação de campanha deste domingo, encabeçados pela candidata nacional às eleições, Inês Bravo Rodrigues.
São ainda muitos os que desconhecem o partido, que arrecadou seis mil votos nas legislativas de 2022, o que justifica que a abordagem dos militantes comece com a pergunta: “Já conhece o Volt?”. Os militantes notam, porém, “um maior reconhecimento”. “Temos estado todos os dias na rua e temos sido muito bem recebidos”, referiu a candidata.
Além disso, assinalaram, a conjuntura eleitoral é diferente, o que pode favorecer os partidos mais pequenos.
À conversa com a Lusa, os militantes confirmam que há no Volt um predomínio de jovens abaixo dos 30, mas a que se junta um grupo significativo de membros com mais de 55 anos, “preocupados com o futuro das novas gerações” no contexto da União Europeia.
Sendo uma zona muito procurada por turistas, o Parque das Nações serviu para os militantes explicarem que o Volt está presente em vários países da União Europeia.
No atual contexto geopolítico, de “tensões cada vez maiores”, é necessário que os partidos falem mais sobre o tema da União Europeia, frisou Inês Bravo Figueiredo, considerando que Portugal “deve procurar liderar” no sentido da sustentabilidade, dos direitos humanos e do reforço a democracia.
Para as legislativas de dia 10, são três as bandeiras principais do Volt: internacionalização da economia, combater a crise na habitação e melhorar a gestão pública.
Sobre a habitação, o Volt revê-se em propostas da direita e da esquerda. “Sendo o problema tão complexo, não existem balas de prata”, assinalou a candidata. O Volt Portugal defende o aumento do parque habitacional público a rendas acessíveis, através da construção por parceiras público-privadas e cooperativas habitacionais, para chegar aos 10% até ao final da legislatura. Como esse é um processo demorado, propõe, ao mesmo tempo, a reabilitação dos edifícios do Estado atualmente devolutos, acelerando o licenciamento das obras para os colocar no mercado de arrendamento acessível.
No que diz respeito à gestão pública, o Volt Portugal defende que é preciso desburocratizar os processos, “torná-los mais rápidos”, recorrendo a ferramentas digitais e de inteligência artificial.