Depois da manifestação de Lisboa “contra a islamização da Europa”, o grupo de extrema-direita 1143 marcou uma nova concentração para o dia 6 de abril, no Porto. Desta vez, informou fonte da PSP ao Observador, o mote será “menos imigrantes e mais habitação” e os manifestantes vão juntar-se na Praça D. João I, às 18h00. Ao mesmo tempo e no mesmo sítio estão também marcadas duas contra-manifestações: uma sobre o acolhimento de refugiados e outra pelo direito à habitação.
Fonte da PSP adiantou também ao Observador que já estão a ser feitas as análises e avaliações de risco destas concentrações cujos avisos já foram entregues à Câmara Municipal do Porto. Em todas as manifestações comunicadas, independentemente do objeto de protesto e do local, a PSP faz uma avaliação e análise do risco e, consoante essa análise, é emitido um parecer, que pode ser positivo ou negativo, em função do risco identificado por esta polícia. O Observador tentou obter mais informações junto da Câmara Municipal do Porto, mas não foi possível obter uma resposta, apesar das várias insistências.
No Camões, gritou-se “Portugal é nosso”. O Intendente respondeu com um “We love Portugal”
À semelhança daquilo que aconteceu em Lisboa, a 3 de fevereiro, o grupo de extrema-direita 1143, liderado por Mário Machado, tem divulgado várias informações em relação à concentração do Porto e já começou a angariar fundos para comprar tochas, foguetes e a faixa que usarão no início da manifestação. E dizem querer mostrar a sua “oposição à invasão de imigrantes” e que esta “é a principal razão para aumento brutal do preço da habitação”.
[Já saiu o segundo episódio de “Operação Papagaio” , o novo podcast plus do Observador com o plano mais louco para derrubar Salazar e que esteve escondido nos arquivos da PIDE 64 anos. Pode ouvir o primeiro episódio aqui]
Câmara de Lisboa não autorizou manifestação no Martim Moniz
Em fevereiro, a manifestação de Lisboa estava inicialmente marcada para a zona do Martim Moniz, mas o parecer negativo da PSP motivou a Câmara Municipal de Lisboa a decidir não autorizar a realização daquele protesto, que veio depois a acontecer no Largo de Camões, tendo terminado à frente do edifício do município. Na altura, a PSP considerou que existia “um elevado risco de perturbação grave e efetiva da ordem e da tranquilidade pública”.
Extrema-direita. Tribunal mantém decisão da câmara e não autoriza realização de manifestação
O promotor da manifestação, Mário Machado, recorreu da decisão do executivo liderado por Carlos Moedas, mas o Tribunal Administrativo de Lisboa confirmou que não estavam reunidas “as condições para a realização da manifestação, na medida em que o direito de manifestação não é absoluto, podendo as autoridades administrativas impedir a realização de manifestações cujo fim ou objeto seja contrário ‘à lei, à moral, aos direitos das pessoas singulares ou coletivas e à ordem e à tranquilidade públicas’ ou atente contra ‘a honra e a consideração devidas aos órgãos de soberania e às Forças Armadas'”.
Na manifestação que decorreu em Lisboa, juntaram-se ao grupo de extrema-direita 1143 pouco mais de 100 pessoas, que seguravam tochas e a bandeira nacional. “”Viva Salazar” ou “Portugal é nosso” foram algumas das frases ouvidas.