O presidente do município de Maputo, Razaque Manhique, procedeu esta segunda-feira à entrega de 50 casas erguidas para as famílias desalojadas na sequência do desabamento da maior lixeira a céu aberto na capital moçambicana, em 2018.

“Estas casas são fruto do empenho do Governo central (…) são casas muito bonitas”, declarou o presidente do município de Maputo, falando durante a cerimónia da entrega das primeiras habitações.

O realojamento das mais de 200 famílias que viviam nas proximidades da lixeira de Hulene, a maior a céu aberto em Maputo, estava previsto para finais de 2018, tendo, no entanto, o Governo adiado o prazo, por, pelo menos, duas vezes.

“Falta ainda outra parte das casas. Há ainda muitos irmãos que não têm as casas. Elas ainda estão a ser feitas e nós vamos também conversar com o empreiteiro para ser rápido”, prometeu Razaque Manhique.

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As famílias afetadas pelo desabamento têm um subsídio de quase 500 euros que o Governo disponibiliza trimestralmente para pagamento de rendas de moradias alugadas, enquanto aguardam pela conclusão das casas que estão a ser construídas.

A maior lixeira da capital moçambicana foi notícia internacional quando, na madrugada de 19 de fevereiro de 2018, uma parte, com a altura de um edifício de três andares desabou devido à chuva forte e se abateu sobre diversas habitações precárias do bairro.

O desabamento causou a morte de 16 pessoas, sete das quais crianças, e levantou debates entre ambientalistas sobre o impacto da lixeira, a maior do país, numa área residencial.

Por dia, estima-se que mais de 1.200 toneladas de resíduos sólidos sejam depositadas nos mais de 25 hectares da maior lixeira de Moçambique, localizada ao longo de uma das principais artérias de Maputo, a avenida Julius Nyerere.

Em 2018, o Governo moçambicano anunciou que a lixeira de Hulene seria encerrada, numa operação estimada em 100 milhões de euros, mas até agora continua em funcionamento.