Lina Lopes, ex-deputada do PSD e apoiante de sempre de Rui Rio, foi nomeada para o gabinete do vice-presidente do Parlamento indicado pelo Chega, Diogo Pacheco Amorim. Os Trabalhadores Social Democratas apontaram uma quebra da “confiança político-sindical” na sua dirigente e pediram à UGT a sua substituição no secretariado executivo.

“Muito recentemente fomos confrontados com a notícia, entretanto confirmada, de que uma das dirigentes dos TSD e que faz parte do Secretariado Executivo da UGT, passou a integrar o gabinete do Vice-Presidente da Assembleia da República, Diogo Pacheco de Amorim, deputado eleito nas listas do partido Chega”, pode ler-se numa tomada de posição do executivo do Secretariado Nacional dos TSD, assinado pelo secretário-geral Pedro Roque Oliveira e à qual a agência Lusa teve hoje acesso.

Além de fazer parte dos TSD, Lina Lopes foi durante muito tempo líder das Mulheres Social-Democratas, estrutura informal que, não sendo autónoma, tem um peso próprio no partido. Nessa condição, apoiou sempre Rui Rio. Em 2017, foi mandatária para a igualdade do antigo autarca do Porto no duelo contra Pedro Santana Lopes. Em 2021, foi notícia depois de ter lançado um apelo interno para recrutar candidatas para  as eleições autárquicas e assim ajudar Rio. No final desse ano, voltou a apoiá-lo na luta contra Rangel.

Nas últimas eleições legislativas, Lina Lopes foi uma das ‘rioístas’ sacrificadas, tendo sindo indicada como 47.ª candidata por Lisboa — nas eleições anteriores, 2022, ainda com Rio como líder do PSD, tinha sido 6.ª escolha pelo mesmo círculo; em 2019, foi 10.ª opção. Agora, tendo ficado fora das escolhas, aceitou fazer fazer parte do gabinente do vice-presidente do Parlamento indicado pelo Chega.

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Na opinião dos TSD, esta é uma situação de “uma gravidade extrema” porque ao ter sido uma escolha pessoal trata-se de “um grau de confiança política indesmentível na pessoa nomeada por parte de quem nomeia”, acrescentando ainda que, segundo o seu conhecimento, esta decisão da antiga deputada do PSD “não foi antecedida por um qualquer tipo de informação ao Secretário-Geral dos TSD, nem à Presidente da UGT ou ao seu Secretário-geral”.

Perante estes factos, o executivo do Secretariado Nacional dos TSD reuniu-se para analisar o caso e foi decidido por unanimidade que “há uma quebra irreversível da confiança político-sindical, por parte dos TSD, na dirigente Lina Maria Cardoso Lopes”, cujo trabalho não merece qualquer avaliação negativa.

“Consequentemente solicitei ao Sr. Secretário-geral da UGT que possa propor a substituição no Secretariado Executivo da UGT da dirigente em questão”, acrescenta a mesma nota. Foi ainda decidido dar conhecimento desta posição ao Conselho de Disciplina e Fiscalização Nacional dos TSD para “analisar o caso numa vertente jurídica”.