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As forças russas avançaram durante a madrugada desta sexta-feira, desde o seu território, na direção de várias aldeias no norte da região de Kharkiv que, segundo fontes militares ucranianas, já se encontram sob controlo russo. A Ucrânia garante que conseguiu, ainda assim, conter os avanços russos mas admite que estas manobras militares podem ser uma simulação de um ataque em larga escala na região de Kharkiv, com o objetivo de criar uma zona-tampão.

Por volta das cinco da manhã desta sexta-feira (3h em Lisboa), os militares russos atravessaram a fronteira entre os dois países com tanques e envolveram-se em combates com as forças ucranianas estacionadas naquela zona em dois pontos — um junto à cidade de Vovchansk e outro, cerca de 20 quilómetros a oeste, noutra zona fronteiriça. A incursão das forças russas provocou pelo menos dois mortos e cinco feridos perto de Vovchansk — cidade que tinha cerca de 17 mil habitantes antes da guerra — e que foi já evacuada.

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As forças russas encontraram resistência junto às aldeias de Strilecha, Pylna, Borysivka e Krasne mas já controlam estas localidades, como admitiram ao Ukrainska Pravda fontes militares ucranianas, que pediram anonimato. Ainda assim, o governador da região de Kharkiv explicou que a zona onde se localizam as aldeias agora sob controlo russo é uma zona cinzenta e que, por isso, não existe perda de território. Oleg Sinegubov disse que todos os ataques ofensivos de russos no norte da região de Kharkiv foram repelidos, através do uso de fogo de artilharia por parte das forças ucranianas.

A incursão russa desta sexta-feira, com um número limitado de homens e material, pode ser uma simulação para uma invasão em larga escala sobre a região de Kharkiv. “Parece uma simulação — com o uso de forças e meios limitados e reconhecimento — de um ataque em larga escala a realizar pelo inimigo”, disse Andrii Kovalenko, diretor do departamento de contrainformação do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, citado pelo Kyiv Independent.

Kovalenko alertou que a operação militar no norte de Kharkiv está a decorrer juntamente por uma campanha de informação russa, que reivindica avanços de vários quilómetros em território ucraniano e que tem como objetivo, sublinha, “semear o pânico”.

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Uma fonte militar ucraniana, não identificada, disse à agência Reuters que os soldados russos avançaram cerca de um quilómetro dentro de território ucraniano e que o objetivo de Moscovo é alargar a área sob controlo russo para 10 quilómetros, de modo a criar uma zona-tampão junto à região de Belgorod — que faz fronteira a norte com a região de Kharkiv e que tem sido alvo de vários ataques ucranianos ao longo dos últimos meses.

Recorde-se que a preocupação das autoridades militares ucranianas quanto a uma eventual incursão russa na região de Kharkiv está a crescer desde março, quando Vladimir Putin pediu (num discurso proferido após a reeleição para mais uma mandato à frente da Rússia) a criação de uma zona-tampão de modo a evitar a incursão de forças ucranianas na região de Belgorod e os ataques lançados contra a cidade — e que já provocaram vítimas mortais.

Desde março que tem vindo a aumentar o número de forças russas estacionadas junto à fronteira com a Ucrânia, na região de Belgorod.