Dezenas de agricultores que participaram no protesto em fevereiro na A25, no concelho de Almeida, distrito da Guarda, foram notificados para se apresentarem e para serem identificados na GNR, confirmou à agência Lusa o porta-voz do movimento.
No dia 1 de fevereiro, centenas de agricultores da região Centro concentraram-se na A25 na zona de Alto de Leomil, a cerca de 13 quilómetros de Vilar Formoso, e impediram a circulação até à fronteira para exigir mudanças no setor.
O porta-voz do movimento, Ricardo Estrela, disse que já foram notificados cerca de 50 agricultores para se apresentarem e serem identificados na GNR como condutores dos veículos imobilizados no protesto.
À Lusa, Ricardo Estrela admitiu ter ficado surpreendido com a posição do Ministério Público que diz estar a suscitar alguma indignação junto dos visados.
O representante dos agricultores que a 1 de fevereiro se manifestaram, à semelhança de protestos noutros pontos da Europa, salientou que naquele dia houve o cuidado de se deixar uma faixa desimpedida para circulação de veículos prioritários e que não foi inviabilizada a alternativa de desviar o trânsito pela estrada nacional.
Ricardo Estrela, que ainda não foi notificado para se apresentar, disse aguardar por mais esclarecimentos sobre o processo para que o movimento possa tomar uma posição.
Os agricultores estão a ser notificados para se apresentarem no âmbito de um inquérito “relativo, em abstrato, à prática dos crimes de desobediência qualificada, dano qualificado e atentado à segurança rodoviária“, lê-se num documento a que a Lusa teve acesso.
A circulação da A25 na zona de Alto de Leomil foi interrompida pelo protesto dos agricultores nos dois sentidos pelas 6h00 do dia 1 de fevereiro, sendo o trânsito desviado para a Estrada Nacional 16 entre Vilar Formoso e Pínzio, no concelho de Pinhel. O bloqueio começou a ser desmobilizado por volta das 22h00.
Na altura, Ricardo Estrela destacou à Lusa o mérito das autoridades na forma como o bloqueio se iniciou e na decisão de antecipar a interrupção da circulação.
O porta-voz do protesto ressalvou que os agricultores não queriam que houvesse danos colaterais.