A xAI, a empresa de inteligência artificial (IA) de Elon Musk, angariou seis mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros) numa série B. A startup de um ano recebeu investimentos de algumas das capitais de risco mais conhecidas, como a Valor Equity Partners, a Andreessen Horowitz, a Sequoia Capital, a Vy Capital e a Fidelity Management & Research Company. A Kingdom Holding, que agrega os investimentos geridos pelo príncipe Alwaleed Bin Talal da Arábia Saudita, também participou nesta ronda. Vários destes investidores já têm uma relação antiga com Musk devido aos investimentos na Tesla e no auxílio à compra do Twitter, entretanto batizado X.

Elon Musk e Twitter. Os capítulos de uma aquisição com contornos de novela

No anúncio, a xAI revela que pretende usar estes fundos para “fazer chegar os seus primeiros produtos ao mercado, criar infraestrutura avançada e acelerar a investigação e o desenvolvimento de tecnologias futuras”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Musk revelou que, antes deste investimento, a startup estava avaliada em 18 mil milhões de dólares, o equivalente a 16,55 mil milhões de euros. Agora, deverá rondar os 24 mil milhões de dólares, 22 mil milhões de euros.

A xAI foi lançada em julho de 2023. Alguns meses depois, lançou o seu primeiro modelo de linguagem Grok-1, supostamente treinado “com inspiração em À Boleia pela Galáxia, o livro de ficção científica de Douglas Adams. O Grok tem a particularidade de ter sido treinado com dados da rede social X e a promessa de ter sido criado “com um traço de rebeldia” e capacidade para “responder a questões picantes que são rejeitadas pela maioria dos outros sistemas de IA”. Atualmente só pode ser usado por utilizadores do X com subscrição.

Elon Musk processa a OpenAI, que criou o ChatGPT, por trabalhar para o lucro e não para bem da Humanidade

Elon Musk criou a xAI para rivalizar com a OpenAI, a criadora do ChatGPT. O magnata sul-africano até participou no acordo de fundação da OpenAI, mas passado alguns anos afastou-se por um alegado conflito de interesses. Instalou-se uma rivalidade entre Musk e Sam Altman, fundador e CEO da OpenAI, que este ano subiu de tom quando o dono da Tesla decidiu processar tanto a empresa como o CEO. Na ótica de Musk, Altman e os restantes fundadores “violaram o acordo de fundação” da empresa ao tentar ter sucesso comercial em vez de desenvolver IA para benefício da humanidade.

Uma missão “deitada fora”, o medo da IA da Google e a ambição de “controlo absoluto” da OpenAI. Musk e Altman de costas voltadas

Depois do lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, a OpenAI tornou-se numa das empresas no centro do “boom” da IA generativa, que permite criar textos, imagens e áudio. A Microsoft é a principal investidora da startup, que já terá recebido pelo menos 13 mil milhões de dólares da dona do Windows.

Cinco dias para sair, regressar e garantir mudanças. O golpe que dá mais força a Altman e à Microsoft na OpenAI