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O embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, pediu às “principais universidades” portuguesas que defendam a liberdade de expressão, mas que acautelem também limites e a segurança dos alunos judeus ou israelitas.

Em declarações à Lusa, o diplomata informou ter dirigido cartas às “principais universidades”, depois de contactos de alguns estudantes universitários e de cartazes exibidos nas manifestações registadas qualificadas como “muito preocupantes” como os que “falam em limpar o mundo dos judeus“.

“É puro antissemitismo. Ou um cartaz que diga do ‘rio ao mar, a Palestina será livre‘, o que significa que o Estado de Israel não existirá. Esta não é uma manifestação contra a política israelita, esta é uma manifestação que apela à destruição do Estado de Israel. Mesmo numa manifestação, devíamos ter algumas linhas vermelhas“.

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O embaixador notou como a liberdade de expressão é um dos “fundamentos” de Israel, um país com manifestações “porque é assim que a democracia funciona. “Mas é importante compreender que mesmo a liberdade de expressão deve ter algumas linhas vermelhas e alguns limites”, sublinhou.

Assim, deve ser garantida a liberdade de expressão nas universidades, mas não se deve permitir que um “único estudante, judeu ou israelita se sinta ameaçado“, assim como não devem ser autorizados os cartazes “que não são contra a política israelita, mas sim contra os judeus e que contêm verdadeiros elementos antissemitas”.

“Estou aberto a discussões e a críticas, mas, mesmo nessa situação, deve haver algumas linhas vermelhas que não podemos ultrapassar. De outra forma, isso leva-nos de volta a dias muito negros que tivemos há 80 anos na Europa”, considerou.

Acampamentos e manifestações pró-palestina e a solicitar um cessar-fogo na Faixa de Gaza têm sido promovidos em universidades portuguesas, como a ocupação de segunda-feira da NOVA Medical School, em Lisboa.

Edifícios invadidos, aulas suspensas e a promessa de continuar até um cessar-fogo em Gaza. O que se passa nas universidades portuguesas?

Segundo Catarina Bio, assessora do movimento estudantil ‘Fim ao Genocídio, Fim ao Fóssil’, cinco estudantes acabaram detidos.

O Comando Metropolitano da PSP de Lisboa (Comtelis) confirmou à Lusa, pelas 01h00, a detenção de ativistas na faculdade, sem especificar quantos ou a forma como decorreu a operação, remetendo informações para mais tarde.

O movimento tinha divulgado na segunda-feira, em comunicado, a ocupação da faculdade por estudantes da NOVA Medical School, num protesto que contou ainda com alunos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), também da Universidade Nova de Lisboa, alvo de uma ocupação nas últimas duas semanas.

PSP detém manifestantes pró-Palestina que ocuparam NOVA Medical School em Lisboa

O atual conflito em Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita a 7 de outubro e que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 36.000 mortos e uma grave crise humanitária, segundo o Hamas, que governa o enclave palestiniano desde 2007.