A secretária regional da Saúde dos Açores admitiu esta sexta-feira que é necessário existir um serviço de urgência a funcionar no perímetro do hospital de Ponta Delgada “o quando antes”, mas salientou que há prazos que não se conseguem ultrapassar.
“Penso que a urgência da existência de uma estrutura modelar é anterior ao final do ano, ou seja, nós temos de ter uma urgência a funcionar no perímetro do hospital o quanto antes“, afirmou a secretária regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, em declarações aos jornalistas, em Ponta Delgada, no final de uma reunião do grupo de trabalho criado na sequência do incêndio no Hospital Divino Espírito Santo, em de 4 de maio.
Açores em situação de calamidade pública regional devido a incêndio no Hospital
Contudo, alertou, há prazos que não se conseguem ultrapassar, sendo que o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) quer contratar para a instalação da estrutura modelar uma empresa que “dê rapidez, qualidade e segurança“.
Ainda de acordo com a governante, o projeto avançará “de forma faseada“, ou seja, “se houver a possibilidade de instalar numa primeira fase uma urgência geral” esta avançará, “com possibilidade de zonas de internamento”.
“Não vamos pensar que a estrutura modelar só estará a funcionar quando todas a valências estiverem concluídas”, disse, reiterando que, se for possível, a abertura será feita “por fases”.
Mónica Seidi admitiu ainda que a estimativa de 24 milhões de euros para fazer face aos prejuízos no HDES, na sequência do incêndio que deixou a unidade inoperacional e obrigou à transferência de todos os doentes internados, “poderá eventualmente passar para mais”, uma vez que este é um processo “sem histórico e que é dinâmico e, ao longo do tempo, naturalmente, os gastos irão subir”.
A responsável do executivo açoriano adiantou também que o Governo da República poderá assegurar mais do que 85% do valor da estimativa inicial realizada, tendo-se disponibilizado “a comparticipar aquilo que fosse apurado até final do ano”.
Mónica Seidi referiu igualmente que haverá reuniões entre a secretaria regional da Saúde e Segurança Social e os ministérios da Saúde e das Finanças “para que todas as despesas apresentadas sejam alvo de elegilibidade”.
A secretária regional referiu, por outro lado, que até 31 de maio, o grupo de trabalho do HDES, a que preside, tinha que apresentar um primeiro relatório, que foi esta sexta-feira discutido e que “posteriormente gerará um relatório de progresso que terá submetido ao Conselho do Governo do próximo dia 20 de junho, para que até final de julho se produza um relatório final”.
“É necessário que o próprio concelho de Ponta Delgada tenha uma unidade básica de urgência que está a ser adaptada a nível da sede da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel”, acrescentou, explicando que o objetivo é “assegurar a existência de alguns aparelhos mais diferenciados”, como o ‘point-of care’, que permite realizar análises mais simples, a par de um equipamento de raio x, “a breve prazo”.