Na última semana os cidadãos da União Europeia foram chamados a votar e na Bélgica deram especialmente nas vistas os membros da família real que foram pôr o seu voto nas urnas. Enquanto os reis Philippe e Mathilde escolheram não votar para se manterem neutros, os quatro filhos, entre eles a princesa herdeira, não deixaram de exercer o seu direito e foram votar pela primeira vez e os quatro juntos nos arredores de Bruxelas. Assim como os avós e reis eméritos, Alberto e Paola.
Para os belgas o voto é obrigatório. Os quatro filhos dos reis foram votar pela primeira vez. Elisabeth, a princesa herdeira e duquesa de Brabant (de 22 anos), os príncipes Gabriel (20) e Emmanuel (18) e a princesa Eléonore (16 anos) votaram em Laeken, nos arredores de Bruxelas onde a família tem uma residência, logo cedo pelas 8h00 da manhã e com forte proteção policial, segundo descreve a Point de Vue. O momento foi captado pela comunicação social e como relatou e mostra o vídeo do jornalista real Wim Dahandschutter na sua conta de Twitter, os quatro príncipes esperaram juntos na fila durante cerca de 40 minutos e depois votaram sucessivamente.
???????? ELECTIONS IN BELGIUM
— [Wim Dehandschutter] (@WDehandschutter) June 9, 2024
???? Children of Belgian King Philippe/Queen Mathilde -among them Crown Princess Elisabeth- voted for the 1st time.
???? They had to join the queue like everyone else (40’)
???? They voted electronically in Laeken
???? King and Queen don’t vote to remain neutral pic.twitter.com/E8LGZptHXI
Na Bélgica o domingo de eleições foi especialmente intenso, em comparação com o resto da União Europeia. Os belgas foram chamados a votar não só para o parlamento europeu, mas também para o parlamento federal e para o parlamento regional. Houve ainda outra novidade. Pela primeira vez os jovens de 16 e 17 puderam votar para o Parlamento Europeu, tanto na Alemanha como na Bélgica. Na Áustria e em Malta o voto a partir dos 16 já é uma realidade há algum tempo e os gregos já podem votar desde os 17 anos.
[Já saiu o quinto episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio, aqui o segundo episódio, aqui o terceiro episódio e aqui o quarto episódio]
Ver a realeza votar na Bélgica não é uma novidade uma vez que os membros da família real costumam votar quando há eleições. Os reis eméritos, Alberto e Paola também foram vistos a votar este domingo. Os atuais reis, Philippe e Mathilde, também têm direito a votar, mas escolhem não o fazer com o objetivo de se manterem “acima da política”.
E no resto da Europa?
No Luxemburgo a família real também vota, embora os grão-duques Henri e Maria Teresa, escolham não o fazer, à semelhança da Bélgica. No entanto, os príncipes herdeiros, Guillaume e Stéphanie, foram votar, como é seu hábito, segundo conta a Paris Match.
Em Espanha, os membros da família real não estão proibidos de votar, mas o núcleo duro não o faz desde a restauração da independência. Reis e herdeiros abstiveram-se em eleições gerais, regionais, municipais e europeias, só exercendo o direito de voto em referendos sobre questões institucionais, explica a revista.
A Noruega não foi chamada às urnas este domingo, porque não faz parte da União Europeia. Mas, habitualmente, os membros da família real não votam, numa espécie de tradição que começou em 1905, quando o país se tornou uma monarquia independente. O objetivo é manterem-se isentos, mas a princesa herdeira Mette-Marit, que antes de se casar com o príncipe Haakon em 2001 era plebeia e votava, já confessou sentir falta de exercer o seu direito ao voto.
O Reino Unido também deixou de votar em eleições europeias desde o Brexit, mas seja qual for o escrutínio a família real nunca vota. Os Windsor levam muito a sério o seu papel de estarem acima de qualquer questão política, de se manterem isentos e representarem toda a gente, por isso não votam, embora não estejam impedidos de o fazer. Os membros da família que não trabalham para a coroa, como por exemplo os filhos da princesa Ana ou os filhos da princesa Margarida, podem votar, mas não se sabe se o fazem ou não.