Depois da tempestade, veio a bonança… para já. A mensagem que se seguiu ao desaire com a Croácia era clara: a Seleção desceu à terra e estava pronta para dar a resposta nos próximos jogos. O primeiro teste apareceu esta terça-feira e foi passado com distinção. Segue-se o Campeonato da Europa, a prova onde os pequenos deslizes custam caro e não há margem para vacilar.

O regresso do capitão e o miúdo que, quando quer, consegue devolver toda a crença (a crónica do Portugal-Rep. Irlanda)

Frente à Rep. Irlanda, Portugal venceu por claros 3-0 e, mais importante que o resultado, mostrou que o espírito de equipa mantém-se intacto, com a agravante de ter sido um jogo marcado por mais uma grande exibição de Cristiano Ronaldo, que esteve a centímetros do hat-trick. Esta foi a nona vitória de sempre frente aos irlandeses e a terceira goleada. Curiosamente, o capitão faturou quatro dos últimos cinco golos da Seleção frente a este adversário.

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“O foco nas tarefas defensivas foi muito bom, com um boa intensidade e uma ideia de jogo bem executada. A Rep. Irlanda não sofria de bola corrida há jogos. Acho que merecíamos mais golos, fizemos 20 remates… Ainda mais importante foi termos 16 jogadores no relvado. A ideia foi muito boa e isso é essencial. No primeiro dia eram 26 jogadores, agora somos uma equipa e estamos preparados para ir ao Europeu”, começou por dizer o selecionador na flash-interview da SportTV, justificando a aposta nos três centrais com o “equilíbrio” que a equipa precisa de ter “em relação aos jogadores e aos adversários”.

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Quanto ao trabalho desenvolvido pelo grupo de trabalho nos últimos dias e semanas, Martínez não tem dúvidas que a equipa continua a melhorar e, esta terça-feira, rubricou a exibição mais completa desta preparação. “É certo que a equipa está a crescer. Não digo que foi o melhor jogo, mas sim o mais completo. Mostrámos boa ligação, movimentações, padrões de ataque e intensidade defensiva. Foi um jogo completo. [Prometo que vamos] dar tudo e encher de orgulho os portugueses. Temos três jogos [na fase de grupos] e se estivermos bem podemos seguir em frente”, assinalou.

Cristiano Ronaldo, por sua vez, reafirmou a mensagem dos últimos dias e garantiu que “sem derrotas não se aprende”. “O mais importante é que a equipa esteve bem, esteve sincronizada, e a jogar bem. O objetivo era ganhar para dar confiança. Quem entrou deu boa resposta e estou muito feliz com o resultado. O sucesso só se faz com a crítica, é normal. O que os portugueses esperam muito de nós, não há margem de erro”, garantiu na flash, depois de ter feito uma das melhores exibições da sua carreira, com dois golos e muitas oportunidades.

“Para mim jogar pela Seleção é uma paixão, um amor. Qualquer jogo é especial e um Europeu é especial. Será o meu sexto, é um recorde. O sentimento é sempre de orgulho e paixão, seja em 2024 ou hoje. Não há melhor do que isto. O pensamento tem que ser esse [repetir 2016], continuarmos positivos e ir passo a passo. Sonhar é grátis e esta equipa tem talento para sonhar. Sem trabalho nada se consegue, temos que trabalhar e ir à luta”, garantiu o capitão que, frente aos irlandeses, chegou aos 130 golos pela Seleção, totalizando 895 golos na carreira.

A história não fica por aqui e, sete anos depois, Ronaldo voltou a superar a marca dos 56 golos numa temporada… aos 39 anos. “Estou preparado, sempre da melhor maneira. Sou profissional a 100%. A minha vida é isto. Sei que não me faltam muitos anos. Cada ano passa e, depois dos 35 anos, tento jogar ano após ano. Tenho 39. Tento desfrutar a cada ano”, concluiu o avançado.