Sorridente, bem-humorado e sem deixar nenhuma pergunta sem resposta. Foi desta forma que Roberto Martínez se apresentou na sala de conferências de imprensa da Red Bull Arena, em Leipzig, para, ao longo de 22 minutos, responder a todas as questões de antevisão ao jogo de terça-feira diante da Rep. Checa, a partida que marca a estreia de Portugal no Europeu deste ano.

Sem querer revelar a equipa que vai começar de início frente aos checos, Martínez garantiu apenas que “Diogo Costa vai estar na baliza”, considerando “importante” o guarda-redes do FC Porto saber de antemão “que vai estar no onze”. De resto, a certeza que “todos os jogadores de campo estão apto”, colocando fim aos pontos de interrogação sobre a presença de Pepe no primeiro jogo do Europeu.

Vamos começar o período competitivo. Temos jogadores que mostraram um nível muito bom e precisamos de trabalhar bem. O talento é um facto, mas precisamos de mostrar valências sem bola e valências mentais. A equipa está preparada, mas ainda não estamos no máximo nível. Só depois dos três jogos é que podemos chegar ao máximo nível”, garantiu o selecionador de 50 anos.

Questionado também sobre a presença de Cristiano Ronaldo no balneário para uma competição como o Campeonato da Europa, Roberto Martínez elogiou o capitão e garantiu que o madeirense “é muito importante”. “A minha experiência diz-nos que precisamos de mistura no balneário, entre a experiência e o talento novo. Temos isso muito bem representado, com o Cristiano e o Pepe. São os jogadores mais velhos do torneio. Depois temos jogadores como João Neves e Chico Conceição que se mostram influentes durante o jogo. Está tudo ligado com o mesmo foco e compromisso”, explicou o técnico.

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O selecionador abordou ainda o estilo de jogo “muito claro” da formação checa, sublinhando que a equipa treinada por Ivan Hasek entra sempre para ganhar. “A estrutura tática pode mudar, mas o estilo é de pressão alta, de arriscar e de querer marcar golos. A experiência do [Tomás] Soucek e do [Patrik] Schick… têm jogadores com ideias claras. A Rep. Checa joga para ganhar e acho que vai ser um jogo fantástico para o adepto”, antecipou Martínez, perspetivando um jogo com golos e emoção.

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“É importante vencer o primeiro jogo. Estamos focados em ganhar e há muita coisa que temos de fazer antes de vencer. Vencer é a consequência de um bom desempenho. Vencer o primeiro jogo não nos qualifica, mas também não nos elimina se perdermos. A fase de apuramento mostrou que o grupo está com uma atitude, um compromisso e uma mentalidade muito importantes. Agora precisamos de mostrar o nosso nível no torneio. O Cristiano é o único jogador que fez cinco Europeus. A sua experiência é importante. Como equipa precisamos de enfrentar momentos de adversidade para ver se temos o nível para chegarmos longe”, acrescentou.

A fechar e com algumas gargalhadas à mistura, Roberto Martínez assegurou que não é supersticioso, ao contrário dos antecessores Fernando Santos e Luiz Felipe Scolari, porque nasceu “numa sexta-feira 13”. Quanto ao repto que lançou há uns dias, o espanhol assegurou que a melhor alcunha para esta Seleção é “apaixonados”, porque “paixão é o que melhor representa” o grupo. “Precisamos de acreditar e de sonhar. Sem sonhar é difícil termos sucesso no futebol. O jogo de amanhã é o momento certo para mostrarmos que estamos preparados. Regressar a Portugal a 15 de julho? Trouxe sete camisas, não trouxe três…”, concluiu o treinador.

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Rúben Dias destacou “mix de experiência e de jogadores mais jovens” do grupo

Rúben Dias foi o porta-voz do grupo de trabalho para antever a partida com a Rep. Checa, abordando o grupo de trabalho. “Temos um bom mix de experiência e de jogadores mais jovens. Temos experiência nos clubes e experiência juntos. Nesse ponto vista, o passar pelas dificuldades juntos ajuda-nos a construir este espírito que temos de ter numa competição como esta”, afirmou o central do Manchester City.

Quanto ao que Portugal precisa para “fazer algo especial” na Alemanha, Dias destacou “o jogo mental que cada um faz”. “A coisa mais difícil no futebol é ser consistente. Há jogadores que chegam a um patamar elevado, mas depois não conseguem manter-se. É importante não parar de nos desafiar. Enquanto equipa temos de crescer em conjunto se queremos fazer algo especial”, acrescentou o jogador de 27 anos, antes de elogiar Roberto Martínez: “Em vez da parte tática, acho que me focaria mais na pessoa com que nós trabalhamos. É uma pessoa que torna tudo mais fácil. Acaba por ser tudo um trabalho fácil devido à forma clara que ele tem de comunicar. Isso ajuda-nos muito”.