2024 tinha (e ainda tem) tudo para ser um ano capital na carreira de Andriy Lunin. Aos 25 anos, o guarda-redes aproveitou a lesão de Courtois no início da temporada e o problema físico de Kepa em novembro para agarrar a titularidade da baliza do Real Madrid, tornando-se o predileto de Carlo Ancelotti para a posição e conquistando Campeonato e Liga dos Campeões. E era nesse contexto, surpreendente mas muito positivo, que chegava ao Euro 2024.
A estreia em fases finais de competições internacionais, porém, não correu com Lunin esperava. Esta segunda-feira, na derrota da Ucrânia contra a Roménia, o guarda-redes cometeu dois erros que ficaram diretamente associados aos dois primeiros dos três golos adversários — uma imagem pouco comum, se tivermos em conta a época ao serviço do Real Madrid, mas que abriu a discussão sobre a baliza ucraniana.
Lunin foi pedir desculpa aos adeptos da Ucrânia que marcaram presença no Allianz Arena, em Munique, e não escondeu a emoção. Mais tarde, na zona de entrevistas rápidas, reconheceu os erros. “O primeiro golo é um erro técnico meu. Não existe outra explicação. Mudou o jogo. Já pedi desculpa. Aceito o erro, já aconteceu anteriormente, mas lamento muito pelos meus colegas, porque complicou o jogo. No segundo golo nem sequer vi a bola partir”, começou por dizer.
“Se é difícil levantar-me depois de um jogo destes? Sim, muito. Mas jogamos de três em três dias, não há tempo para isso. Tenho de recuperar, mudar e seguir em frente”, acrescentou. Pouco depois, e sem mencionar diretamente Lunin, Taras Stepanenko sublinhou que os erros individuais ditaram o resultado final. “Nestas competições é preciso jogar simples em frente à baliza e o treinador tinha avisado antes do jogo. Acho que foi inesperado para todos. Digo sempre que, se queremos chegar a algum lado no Europeu, cada jogador deve dar o máximo. Lamentavelmente, não foi o que aconteceu. Mas foi só o primeiro jogo”, disse o internacional ucraniano, que joga no Shakhtar Donetsk.
Ucrânia (Grupo E). O sonho de uma geração é a vitamina de toda uma nação
Com os erros de Lunin, a baliza da Ucrânia está completamente em aberto. O guarda-redes do Real Madrid foi a terceira opção durante a qualificação, atrás de Anatoliy Trubin, do Benfica, e até de Georgiy Bushchan, que está do Dínamo Kiev. A temporada com os merengues, porém, levou o selecionador Serhiy Rebrov a apostar nele — uma ideia que pode tornar-se obsoleta já no próximo jogo do Grupo E, na sexta-feira e contra a Eslováquia, e que pode devolver a titularidade da seleção ao guardião encarnado.
Aos 22 anos e depois de ter passado por praticamente todos os escalões da seleção da Ucrânia, Trubin tem 11 internacionalizações A e também foi convocado para o Euro 2020, apesar de ter ficado sempre no banco e enquanto suplente do então titular Georgiy Bushchan. Recentemente, o guarda-redes do Benfica partilhou nas redes sociais a forma como tem ocupado o tempo livre no estágio: a estudar português, para aprender a língua do país onde joga, sendo que acrescentou ainda a legenda “bom dia” à fotografia que publicou.