O Presidente da Roménia, Klaus Iohannis, desistiu esta quinta-feira da candidatura que tinha apresentado a secretário-geral da NATO. O primeiro-ministro neerlandês demissionário, Mark Rutte, torna-se assim o único que se mantém na corrida para liderar a aliança translatântica.

Num comunicado citado pela imprensa romena, lê-se que o Presidente romeno solicitou ao Conselho Supremo de Defesa Nacional da Roménia para se pronunciar sobre a candidatura de Mark Rutte. Aquele órgão decidiu apoiar o primeiro-ministro holandês demissionário. Assim sendo, Klaus Iohannis considerou que não reunia condições para levar a avante a sua candidatura a secretário-geral da Aliança Atlântica.

Klaus Iohannis foi o representante do Leste da Europa na corrida para secretário-geral da NATO, região que queria ganhar mais protagonismo nos quadros da Aliança, por causa da guerra da Ucrânia e das implicações geopolíticas do conflito.

No entanto, maioria dos Estados-membros — incluindo os Estados Unidos, Alemanha, França ou Reino Unido — preferiram apoiar a candidatura de Mark Rutte, que está de saída do governo neerlandês.

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Nos últimos dias, a Hungria e a Eslováquia, países que mantinham uma certa animosidade em relação à candidatura do primeiro-ministro neerlandês, decidiram apoiar a candidatura de Mark Rutte.

Mark Rutte. O “realista pragmático” capaz “de abraçar o diabo” que quer liderar a NATO

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, foi bastante crítico da candidatura de Mark Rutte, devido às tensões que os dois líderes mantiveram. Em março de 2024, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, atirou que Budapeste não poderia apoiar “a eleição de um homem para o cargo de secretário-geral da NATO que queria forçar a Hungria a ajoelhar-se”.

As declarações de a Hungria “ajoelhar-se” remontam a 2021, quando Mark Rutte criticou duramente as medidas anti-LGBT adotadas pelo governo húngaro. O chefe do executivo neerlandês afirmou que a Hungria “não tinha mais lugar na União Europeia” e que devia ser “obrigada a ajoelhar-se” neste assunto, sugerindo que o país devia ser pressionado por Bruxelas para que não adotasse a legislação.

Apesar da tensão, a Hungria levantou o veto. Em troca deste apoio, Mark Rutte garantiu a Viktor Orbán que as tropas húngaras “não farão parte de quaisquer atividades da NATO na Ucrânia” e “nenhuns fundos húngaros” seriam usados para esse efeito.

Tendo em conta estas condicionantes, Mark Rutte deverá tornar-se o próximo secretário-geral da NATO, contando inclusivamente com o apoio do antecessor, Jens Stoltenberg. A decisão deverá ser anunciada dentro de semanas, sendo o momento mais expectável a cimeira da NATO, que ocorre entre 9 a 11 de julho de 2024 em Washington D.C.