Os Estados Unidos lamentaram esta quinta-feira a decisão da China de suspender as discussões bilaterais sobre o controlo de armas e a não-proliferação nuclear, considerando que aumentava o risco de uma “corrida ao armamento”.

China suspende conversações com os Estados Unidos sobre controlo de armas e não-proliferação

Esta decisão é lamentável, realçou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em declarações aos jornalistas, considerando que esta “abordagem mina a estabilidade estratégica“.

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O governo chinês anunciou esta quinta-feira a suspensão das negociações com os Estados Unidos sobre o controlo de armas e a não-proliferação, responsabilizando Washington pelo impasse nas conversações.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, anunciou a decisão da China em conferência de imprensa, num período de tensões crescentes entre as duas potências, marcadas por acusações dos EUA de que a China está a rejeitar novas negociações e a não responder às propostas norte-americanas.

O porta-voz chinês referiu que “durante algum tempo, a parte americana ignorou a firme oposição da China e as repetidas tentativas de negociar, continuou a vender armas a Taiwan e tomou uma série de ações negativas que prejudicaram seriamente os interesses fundamentais” do país asiático.

Pequim considera Taiwan uma província, embora não controle este território insular administrado por um governo eleito democraticamente.

Infelizmente, ao suspender estas consultas, a China optou por não prosseguir esforços que ajudariam a gerir riscos estratégicos e evitar corridas armamentistas dispendiosas”, sublinhou ainda Miller, lamentando o facto de a China “optar por seguir o exemplo da Rússia”.

O porta-voz da diplomacia norte-americana sublinhou ainda que os Estados Unidos reforçaram “a defesa dos nossos aliados e parceiros no Indo-Pacífico face às ameaças chinesas à sua segurança”.

As conversações sobre o controlo de armas, que não tinham sido tornadas públicas na altura, tiveram lugar em novembro passado entre as duas principais potências mundiais.

Num relatório solicitado pelo Congresso norte-americano, o Pentágono estimou em outubro passado que a China estava a desenvolver o seu arsenal nuclear mais rapidamente do que os Estados Unidos tinham previsto.