Joe Biden deve receber em Washington, na próxima semana, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, embora a realização da reunião dependa do estado de saúde do presidente norte-americano, infetado com Covid-19, divulgou esta quinta-feira a Casa Branca.

“Há todas as razões para acreditar que os dois líderes terão a oportunidade de se verem”, frisou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby.

Mas “devemos garantir que a saúde do presidente e a sua recuperação da Covid-19 continuam a ser a prioridade e se, e como, isso pode afetar uma discussão com o primeiro-ministro” de Israel, acrescentou, em declarações aos jornalistas.

Benjamin Netanyahu prepara-se para discursar, na quarta-feira, no Congresso dos EUA e os meios de comunicação social israelitas afirmaram que se irá reunir com Joe Biden na segunda-feira.

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Mas o porta-voz do executivo norte-americano realçou que não podia confirmar esta quinta-feira se o encontro será uma realidade, noticiou a agência France-Presse (AFP).

A guerra de Israel em Gaza será o principal tema de discussão, enquanto o presidente norte-americano pressiona para um cessar-fogo com o Hamas.

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Os dois líderes mantêm relações historicamente complicadas, exacerbadas desde o início da guerra na Faixa de Gaza provocada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista palestiniano, a 7 de outubro.

A votação esta quinta-feira pelo Parlamento israelita (Knesset) de uma resolução contra a criação de um Estado palestiniano corre o risco de não ajudar no relacionamento.

O Knesset aprovou uma resolução simbólica que “se opõe firmemente à criação de um Estado palestiniano a oeste do Jordão”, ou seja, na Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967, ou na Faixa de Gaza.

Esta votação é comprometedora para Washington, e as autoridades norte-americanas abstiveram-se de fazer críticas diretas, ao mesmo tempo que reafirmaram o apoio dos Estados Unidos à solução de dois Estados.

“Penso que a melhor forma de responder a esta questão é reiterar a nossa firme crença no poder e na promessa da solução de dois Estados”, vincou John Kirby.

“O Presidente Joe Biden não desistirá desta solução e continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para tentar alcançá-la”, garantiu o porta-voz da Casa Branca, embora reconheça que esta exigirá “coragem e liderança na região”.

Os Estados Unidos são o principal apoiante político e militar de Israel, mas os dois governos discordam fundamentalmente sobre a questão de um Estado palestiniano.

No entanto, há meses que Washington prepara planos para o período pós-guerra na Faixa de Gaza, prevendo a reconstrução do território palestiniano e a normalização das relações entre Israel e a Arábia Saudita.

Mas tudo está condicionado, em particular pelos países árabes, ao estabelecimento de um caminho para a criação de um Estado palestiniano.

“Penso que podemos dizer (…) que um texto legislativo que se opõe à solução de dois Estados não é algo que nos deixe satisfeitos”, admitiu, por sua vez, depois de pressionado hoje com perguntas sobre o tema, o porta-voz adjunto da diplomacia norte-americana, Vedant Patel.

Joe Biden foi forçado ao isolamento desde que testou positivo para Covid-19 na quarta-feira.

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O chefe de Estado continua, no entanto, informado sobre a evolução da situação e “particularmente na área da segurança nacional”, assegurou John Kirby.