A China afirmou esta quarta-feira que a instalação do sistema de mísseis de médio alcance Typhon nas Filipinas “vai criar tensão e confronto na região”.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse esta quarta-feira, em conferência de imprensa, que a medida “contribui para a corrida ao armamento e é contrária à necessidade de paz e prosperidade na região”.
Lin Jian instou Manila e Washington a “ouvirem as exigências das nações da região” e a “corrigirem as suas ações erradas”, “retirando os sistemas de mísseis intermédios o mais rapidamente possível, em conformidade com os compromissos anteriormente assumidos”.
“A região precisa de estabilidade e desenvolvimento, não de mísseis e confrontos”, acrescentou o porta-voz, apelando a Manila para que “não continue no caminho errado”.
O sistema Typhon foi instalado na ilha de Luzon, no norte do país, em abril passado, no âmbito de exercícios militares conjuntos entre EUA e Filipinas, o que suscitou protestos de Pequim, que o considerou uma “reminiscência da Guerra Fria” e exigiu a sua retirada imediata e o compromisso de nunca mais o trazer para a região.
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O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, abordou recentemente a questão com o seu homólogo filipino, Enrique Manalo, em Vientiane, capital do Laos, durante a cimeira dos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Os altos e baixos entre Pequim e Manila nos últimos anos “mostram que não é fácil construir uma boa relação, mas é muito fácil destruí-la“, disse o chefe da diplomacia chinesa, que sublinhou que estas relações atravessam atualmente “sérias dificuldades e desafios”.
Wang responsabilizou Manila por esta situação: “As Filipinas violaram repetidamente os consensos entre as duas partes e os seus próprios compromissos, promoveram continuamente infrações marítimas e incitaram a opinião pública”.
Filipinas e China estão envolvidas numa disputa territorial no Mar do Sul da China, onde os confrontos entre navios de ambos os países aumentaram nos últimos meses.
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Para além do atol Segundo Thomas, Manila e Pequim disputam a soberania do recife de Scarborough, perto da ilha filipina de Luzon, e de várias ilhas do arquipélago de Spratly, onde o Brunei, a Malásia, o Vietname e Taiwan também têm reivindicações.
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As tensões entre China e Filipinas aumentaram desde a chegada ao poder de Ferdinand Marcos Jr., em 2022, que reforçou a sua aliança militar com os EUA e alargou o acesso das tropas americanas às suas bases, incluindo algumas com acesso estratégico ao Mar do Sul da China ou à ilha de Taiwan.