A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) e a SATA vão elaborar um “plano de ação conjunta” para minimizar os efeitos do fecho das lojas da companhia aérea nos Açores, anunciou esta terça-feira a APAVT.

Em comunicado, a APAVT adianta que “foi realizado um contacto entre o presidente da SATA e o presidente da APAVT, onde foram discutidos detalhadamente os problemas decorrentes do fecho das lojas, bem como as soluções possíveis defendidas por ambas as partes”.

“Ficou decidido que, no prazo de quinze dias, será elaborado um plano de ação conjunta com o objetivo de minimizar os efeitos do fecho das lojas e otimizar a cooperação entre a SATA e as agências de viagens da APAVT”, revela.

Segundo refere a associação na nota, o plano “visa honrar o espírito de colaboração que sempre caracterizou o relacionamento entre as duas organizações”.

Na quarta-feira, em declarações à Antena 1 Açores, o presidente da SATA, Rui Coutinho, adiantou que os serviços das lojas da SATA vão ser transferidos para a Rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC), tendo o protocolo já sido assinado.

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No dia seguinte, a APAVT manifestou surpresa pela “inusitada e incompreensível decisão” do fecho de balcões de atendimento da SATA e prometeu averiguar a legalidade da venda de bilhetes “por um organismo público”.

Na altura, a APAVT criticou a decisão do Grupo SATA de encerrar os balcões de atendimento ao público em várias ilhas açorianas, lamentando “a falta de consideração pelos clientes, que não foram informados de nada” e “a inexplicável ausência de informação” e de “diálogo com os mais importantes parceiros” da companhia aérea e dos açorianos que viajam, as agências de viagem.

“Por que razão a emissão de bilhetes é, pelo que se percebe, entregue a um organismo público”, questionou a associação, lembrando que “legalmente, a RIAC tem como atribuições a racionalização, modernização e qualidade do atendimento da administração pública regional”.

A associação alertou ainda que as atribuições legais da RIAC não integram “a atividade de venda de bilhetes e reservas de lugares em meios de transporte”, sublinhando que essa tarefa é, por lei, “exclusiva das pessoas singulares ou coletivas inscritas no Registo Nacional das Agências de Viagens e Turismo (RNAVT)”.

Em 19 de julho, a SATA anunciou que iria reorganizar o modelo de atendimento, concentrando os serviços de venda de bilhetes, reservas e informações nos balcões do aeroporto e atendimento telefónico, em vez das lojas.

“A partir do próximo dia 1 de agosto, as companhias aéreas do grupo SATA, SATA Air Açores e Azores Airlines, concentrarão os seus serviços de atendimento aos clientes nos Açores (venda de bilhetes, alterações de reservas e informações gerais) nos balcões de aeroporto e através do Contact Center (serviço de atendimento telefónico)”, informou a empresa pública.

A reorganização, justificou, está inserida “num plano mais abrangente e compreensivo que tem como objetivo assegurar a sustentabilidade da empresa a médio e longo prazo”.

Na segunda-feira, o presidente do governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, admitiu que a venda de bilhetes por parte da RIAC poderá não vir a concretizar-se, pelo menos em todas as ilhas.

“Estamos a prestar um serviço ao povo. Onde há economia privada deve prevalecer a economia privada. Vou acompanhar o processo e, a seu tempo, irei ponderar o que é razoável, sendo que nada faremos contra a iniciativa privada e tudo faremos para garantir um bom serviço às populações”, afirmou o chefe do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM.