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A decisão está tomada. Tim Walz, o governador do Minnesota foi o escolhido por Kamala Harris como vice-presidente na sua candidatura à Casa Branca. A nomeação começou a ser noticiado por vários jornais norte-americanos ao início da tarde e pouco depois a própria candidata confirmava a notícia através das redes sociais. Fora da corrida ficam assim o governador da Pensilvânia Josh Shapiro e o senador do Arizona Mark Kelly, que à semelhança de Tim Walz se encontram no fim de semana com Harris e tinham sido apontados como potenciais vices.
“Orgulho-me de anunciar que convidei o governador Walz para ser o meu parceiro. Uma das coisas que para mim se destacou no Tim foi o facto de a sua convicção de lutar pela classe média ser tão profunda. É pessoal”, sublinhou numa publicação nas redes sociais. O governador já reagiu e através da rede social Twitter disse que “é a honra de uma vida juntar-me à Kamala Harris nesta campanha.”
Quem também reagiu foi também a campanha de Donald Trump, descrevendo o governador como um “perigoso radical de esquerda”. “Desde propor a sua agenda livre de carbono, até sugerir muito restritos padrões de emissão de carros a combustível e abraçar políticas que permitem a condenados votar, Walz está obcecado em difundir a agenda de esquerda da Califórnia”, escreveu a campanha republicana, num comunicado, pouco depois de ser noticiada a escolha do número dois democrata.
“Não admira que a liberal de São Francisco Kamala Harris queira o aspirante Tim Walz como seu companheiro de candidatura”, argumentou a candidatura de Trump, denunciando que Walz desperdiçou o seu tempo como governador a reformatar o Minnesota à imagem da Califórnia, um estado conotado com as ideias de esquerda.
“Tim Walz é um perigoso radical de esquerda”, escreveu a campanha republicana, num comunicado, acusando o governador do Minnesota de fingir que apoia a América rural, quando “na verdade ele acha que a América rural é essencialmente pedras e vacas”.
Também JD Vance, escolhido para ser o vice-presidente de Trump, considera que a decisão de Kamala Harris apenas realça o quão “radical” é a candidata à Presidência dos EUA. “Acho que fazem uma equipa interessante. Tim Waltz permitiu que os manifestantes incendiassem Minneapolis no verão de 2020 e Kamala Harris ajudou a tirar da prisão os poucos que foram detidos”, acrescentou Vance durante uma viagem de avião quando se deslocava para Filadélfia.
Aos 60 anos, Tim Walz está à frente do seu segundo mandato enquanto governador do Minnesota, tendo sido eleito pela primeira vez em 2018. Atualmente preside à Associação de Governadores Democratas. Antes disso já tinha servido 12 anos no Congresso norte-americano.
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Apesar de a sua carreira na política ter já mais de duas décadas, foi um capítulo que se iniciou tardiamente. Walz começou por ser professor e passou pela Guarda Nacional do Exército, do qual se reformou depois de 24 anos de serviço.
Inicialmente o nome de Walz não constava na lista que se especulava para vice-presidente de Kamala Harris, mas foi ganhando força ao longo das últimas semanas. O momento em que descreveu o ex-Presidente Donald Trump e o seu vice, JD Vance, como “estranhos”, que se tornou viral nas redes sociais, contribui para ganhar maior destaque, tendo merecido resposta do próprio Trump.