Viajou três vezes para Londres para alimentar o seu hobby — roubar malas de luxo — mas, a 10 de maio deste ano, Margarita del Carmen, de 38 anos, foi presa depois de ter sido apanhada a tentar levar de maneira ilegal uns óculos de sol e uma mala da Gucci avaliada em 7.865 euros. Seria o seu quinto roubo com sucesso.

O caso começa em outubro de 2023, quando a espanhola visitou os históricos armazéns da Harrods e conseguiu sair de lá com uma mala da Hermès avaliada em cerca de 2.747 euros, detalha o El Mundo. Três dias depois, a 27 de outubro 2023, a mãe de cinco filhos mulher repetiu o roubo, desta vez levando consigo uma mala da Valentino no valor de 2.800 euros. No entanto, foi apanhada nas câmaras de vigilância e era possível ver que estava nervosa e a procurar evitar os seguranças. Apesar de tudo, conseguiu sair do espaço comercial sem ser apanhada.

Voltou a Espanha e elaborou mais um plano: conseguir uma das malas mais caras da loja, uma Chanel no valor de 6.105 euros. Para isso, voltou a Londres em março deste ano e foi novamente bem sucedida. Isso fez com que, dois dias depois, regressasse ao local dos crimes para ir roubar uma mala da Yves Saint Laurent, avaliada em 3.360 euros, da qual gostou quando procurava fugir sem ser apanhada no seu assalto anterior. Voltou para casa sem problemas, novamente, e esta sucessão de roubos com sucesso levou-a a preparar uma “missão” ainda mais ousada.

Desta vez, Margarita voltou a Londres, a 10 de maio, com o objetivo de usurpar uma mala Gucci e uns óculos, que juntos totalizavam um valor que quase oito mil euros. Foi a sua última tentativa de roubo, pois acabou detida por um segurança do Harrods perto do Museu Victoria & Albert, após uma perseguição em plena luz do dia pelas ruas da capital britânica: “Parem essa mulher”. Segundo o jornal espanhol, foi então chamada a Polícia Metropolitana de Londres, a quem confessou os crimes depois de a polícia ter descoberto na sua mala um aparelho para tirar etiquetas e alicates.

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Margarita compareceu no passado dia 13 no Tribunal Penal Central de Inglaterra e do País de Gales e declarou-se culpada das cinco acusações por roubo, num total de 22.180 euros, e uma mais pela posse de ferramentas para assaltar a loja. Foi condenada a sete meses de prisão, metade dos quais serão passados em completa privação de liberdade.

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O juiz responsável pelo causo justificou a pena com o valor total dos roubos, o facto de se ter deslocado “em cinco ocasiões distintas” ao Harrods para efetuar os assaltos e, como “agravante”, ir “equipada” para perpetrar os delitos. Como atenuantes, o juiz teve em conta “o bom comportamento antes destes roubos”, “ter admitido os crimes e ter mostrado arrependimento” e ter tido uma postura “muito agradável” durante um julgamento.

“Margarita expressou arrependimento pelo que aconteceu e percebeu a gravidade da situação. Inclusive, percebi que ficou aliviada por ter sido detida quando foi. Diria que podia ter sido ainda pior se isso não tivesse acontecido”, assumiu o advogado da espanhola, Lyall Thompson, em declarações ao Daily Mail.

Diga-se que, no entanto, segundo o El Mundo, sair de Espanha não era sequer uma tarefa fácil para Margarita, que era alvo de um mandado de detenção internacional emitido pelos Países Baixos. Para se deslocar sem problemas, usava documentos falsos. Devido a esse crime, foi detida em agosto de 2023 em Malága, após ser apanhada a conduzir com uma carta falsa. Segundo a imprensa espanhola, não há indicação que tenha efetuado roubos de luxo em Espanha.