A foca cinzenta que surpreendeu muitos populares na praia dos Pescadores, em Cascais, na semana passada já foi vista em outras partes da costa portuguesa, explica ao Observador a Polícia Marítima, alertando a população para não interagir com o animal em caso de avistamento, para evitar “colocá-lo numa situação de stress”.
A primeira vez que o animal foi visto foi na Figueira da Foz, passando também pela Nazaré, Cascais, e, mais recentemente, Santo Amaro, Oeiras, revela a Polícia Marítima, referindo que, ao que tudo indica, trata-se da mesma foca.
A Água em Portugal continental é gelada, mas um foca no verão? pic.twitter.com/KVLAZlLcce
— JPQ (@quaresmajpqp) August 15, 2024
Avistamento em Cascais levou a interdição dos banhos
O avistamento em Cascais, quando o animal estava no areal, levou à intervenção desta polícia e a proibição de banhos. “No dia 14 de agosto, pelas 17h30, o Comando-local da Polícia Marítima de Cascais recebeu um alerta relativo ao avistamento de uma foca-cinzenta na praia dos Pescadores, em Cascais. Tendo em vista a garantia da segurança do animal e das pessoas, o Capitão do Porto de Cascais determinou o estabelecimento de um perímetro de segurança e a interdição dos banhos”, explica a mesma fonte.
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Depois de montando o perímetros, e “após contacto inicial com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a Rede de Arrojamentos de Lisboa e Vale do Tejo (RALVT) deslocou-se ao local para monitorização e eventual apoio ao animal”.
“Durante as cerca de três horas em que o animal permaneceu na zona da praia dos Pescadores não se registou qualquer interação entre os humanos (banhistas, polícia, técnicos da RALVT) e a foca”, explica na mesma resposta escrita a Polícia Marítima, adiantando que dois dias depois, “registou-se outra ocorrência, junto à praia das Moitas (Monte do Estoril), não havendo a registar, igualmente, qualquer interação”.
Animal não está ferido nem magro, mas presença é incomum
De acordo com a monitorização feita pela Rede de Arrojamentos de Lisboa e Vale do Tejo “não eram visíveis nenhuns ferimentos externos, nem havia redes ou outros detritos a prender o animal e este também não parecia emaciado (magro)”.
Por outro lado, é a própria polícia a garantir que este tipo de presença não é comum, não sendo ainda conhecidas as razões que terão levado esta foca cinzenta a permanecer nos últimos dias nestas áreas.
“Na área de jurisdição da Capitania do Porto de Cascais (Torres Vedras, Mafra, Sintra e Cascais) não há registos deste tipo de ocorrências nos últimos anos”, explica a mesma fonte, afirmando que “ao que tudo indica, trata-se da mesma foca” em todos os avistamentos.
População não deve aproximar-se do animal
A Autoridade Marítima Nacional deixa ainda um alerta para que as pessoas que avistem este animal não tentem interagir. “Recomenda-se que neste tipo de ocorrências a população não se aproxime do animal e não tente interagir com ele, evitando colocá-lo numa situação de stress“, lê-se na mesma resposta enviada ao Observador.
“Agradece-se ainda que o avistamento seja comunicado à Polícia Marítima da área (contactos disponíveis neste link) ou o contacto direto com a RALVT (911 111 241), complementando, se possível, com imagens do animal e localização”, conclui.
Também a Rede de Arrojamentos de Lisboa e Vale do Tejo deixa um conselho semelhante: “Existem várias razões que podem explicar a visita deste animal numa zona onde não é residente. Para garantir a sua segurança e bem-estar, apelamos à população que não se aproxime do animal e não tente interagir com ele, dando-lhe oportunidade de poder descansar”.