Margarida Balseiro Lopes foi à Universidade de Verão do PSD em Castelo de Vide como fez nos últimos 18 anos, mas desta vez como ministra. Começou como aluna com apenas 16 anos, foi líder da JSD, mas só agora teve honras de jantar-conferência. A ministra fez uma revelação (sobre a isenção de impostos na compra da habitação), manifestou um apoio (à nova comissária) e contornou o elefante na sala (a polémica das “pessoas que menstruam”) sem se referir diretamente ao assunto.

A revelação da ministra foi que, em apenas 27 dias, 458 jovens já usufruíram da isenção de IMT, imposto de selo e emolumentos para comprara casa. Margarida Balseiro Lopes admite que esta “não é uma solução mágica” que resolva o problema da habitação, mas é uma “grande ajuda” porque “resolve um problema de liquidez”.

Nenhum dos jovens questionou a ministra sobre a defesa da linguagem neutra na primeira aparição pública depois da polémica das “pessoas que menstruam”, mas o facto de ter uma pulsão mais progressista pairou nas questões dos alunos. Uma das alunas perguntou à ministra o que sentia por ter 5o deputados (os do Chega) que colocam em causa alguns dos valores que defende. A Margarida Balseiro Lopes foi também lembrada uma entrevista que deu em 2018 em que o jornalista regista que “no que toca aos costumes, não é exatamente uma conservadora”, ao que a agora ministra respondeu “Não, não sou. Sobretudo, sou pela liberdade.”

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Confrontada com as declarações, Margarida Balseiro Lopes diz que não se lembrava já exatamente dos termos da entrevista, mas que “podia ter feito essas afirmações há dois minutos“. Sem nunca se referir às críticas de que foi alvo por parte de um deputado do PSD, Margarida Balseiro Lopes admitiu que nem sempre é possível “estar de acordo uns com os outros, mas temos de ser tolerantes, tratar os outros com respeito. Se não acharmos que a nossa opinião é mais habilitada, melhor que a dos outros, conseguimos conversar.” E termina a exaltar a pluralidade dentro partido: “Uma das razões para me sentir tão bem no PSD desde 2006 é porque o PSD é o partido que pratica a liberdade“.

Para o fim Margarida Balseiro Lopes deixou um elogio a Maria Luís Albuquerque. Uma das críticas da oposição é que a ex-ministra das Finanças foi um rosto da austeridade. A ministra quis desmistificar essa ideia invertendo a crítica: “É uma mulher extraordinária, muito competente, dedicada e trabalhadora que teve a difícil tarefa de nos livrar da troika”.

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