Vladimir Putin classificou esta quinta-feira os bombardeamentos ucranianos “nas áreas das centrais nucleares de Kursk e Zaporíjia” enquanto “ataques terroristas muito perigosos”. Em Vladivostok, onde 40 países estão no Fórum Económico do Extremo Oriente, Putin avisou: “Imagine-se o que pode acontecer na Europa se a Rússia começar a responder da mesma forma.”

Citado pela RIA/Novosti, destacou que a libertação do Donbass “é prioridade máxima para a Rússia”, garantindo que a incursão em Kursk, do lado ucraniano, tinha como objetivo atrapalhar os avanços russos no Donbass, mesmo que sem efeito. Putin afirma ainda que os habitantes das zonas fronteiriças sofrem “ataques terroristas” da Ucrânia, e que as forças militares têm de expulsar o “inimigo” da região.

Além disso, o Presidente russo revelou que nunca se recusou a negociar com a Ucrânia, reforçando os acordos discutidos em Istambul, em março de 2022. “Era possível termos chegado a um acordo com Kiev em Istambul. Era esse o objetivo”, disse Putin, citado pela RIA/Novosti. O líder russo acrescentou que a delegação ucraniana estava satisfeita com o acordo proposto, mas que governo de Kiev foi “obrigado a recusar”.

Putin revelou apoio a Kamala e criticou detenção do CEO do Telegram

Na mesma intervenção pública, Vladimir Putin revelou que o favorito de Moscovo para a presidência dos Estados Unidos da América (EUA) era Joe Biden, até este ter abdicado da sua posição como candidato e recomendado Kamala Harris para o seu lugar.

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O Presidente da Rússia, citado pela RIA/Novosti, revelou que irá “seguir o conselho” do atual líder norte-americano, e apoiar a candidatura de Kamala Harris à Casa Branca, recordando o seu “riso contagiante”.

O líder russo referiu ainda a detenção do CEO do Telegram. Putin acredita que os motivos que levaram à detenção de Pavel Durov, CEO e fundador do Telegram, em Paris, não foram claros e que as autoridades francesas foram “seletivas”.

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“Se o fizeram a Durov, então têm de o fazer a outros também”, são as declarações do Presidente, citado pela RIA/Novosti, dizendo que o facto do CEO viver em Moscovo foi suficiente para o prender.

Putin acrescenta que as autoridades russas não tinham quaisquer queixas contra Durov, com quem alega se ter encontrado apenas uma vez, em Moscovo, e não em Baku, como noticiado por meios de comunicação estrangeiros.

*Com Martim Silva