As chuvas torrenciais que afetam o Chade desde julho fizeram 341 mortos e afetaram quase 1,5 milhões de pessoas, segundo um relatório publicado pelo Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) no país.
“Todas as 23 províncias do país são atualmente afetadas pela crise das inundações, que se tornou cada vez mais recorrente nos últimos anos”, sublinha o relatório.
“O Governo e os seus parceiros registaram mais de 164 mil casas destruídas, 259 mil hectares de campos destruídos e 66.700 cabeças de gado arrastadas”, aponta ainda.
O governo do Chade ainda não publicou um balanço global do mau tempo que afeta o país há várias semanas.
Catorze alunos e o seu professor morreram na semana passada quando uma escola ruiu na sequência de chuvas torrenciais na província de Ouaddai, no leste semiárido do Chade.
Em meados de agosto, pelo menos 54 pessoas perderam a vida em inundações que afetaram a província de Tibesti, no extremo norte do deserto do Chade.
Normalmente, “a precipitação dificilmente atinge os 200mm por ano” nesta região montanhosa, mas este fenómeno climático ocorre “de cinco em cinco ou de dez em dez anos”, segundo Idriss Abdallah Hassan, diretor da rede de observação e previsão meteorológica da Agência Meteorológica Nacional chadiana.
Na semana passada, a ONU alertou para o impacto das “chuvas torrenciais e inundações graves” na região do centro-norte de África, nomeadamente no Chade, apelando a uma “ação imediata e a um financiamento adequado” para fazer face à “crise climática”.
Mais de 700 mil pessoas foram afetadas por inundações graves no Sudão do Sul, de acordo com um relatório publicado a 5 de setembro pelo Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários (OCHA).
O verão de 2024 foi o mais quente alguma vez registado no planeta, com temperaturas recorde que se mantiveram inalteradas durante mais de um ano, acompanhadas de ondas de calor, secas e inundações mortíferas, alimentadas por um aquecimento global sem antecedentes.