O PS quer evitar cópias entre as sessões solenes do 25 de Novembro e a do 25 de Abril. O formato da cerimónia já começou a ser discutido na Conferência de Líderes parlamentares com os socialistas a pedirem aos serviços do Parlamento outras propostas para lá do modelo que é seguido no 25 de Abril. O PCP mantém-se contra a sessão evocativa aprovada em junho deste ano.

Na Conferência de Líderes de 11 de setembro, que marcou o arranque dos trabalhos depois da pausa para o verão, o presidente da Assembleia da República deu conta de que a secretaria-geral do Parlamento já tinha proposto um modelo de organização para a sessão solene do 25 de Novembro que se vai realizar pela primeira vez no Parlamento.

O deputado Pedro Delgado Alves, vice-presidente da bancada do PS, “considerou o formato proposto uma “mimetização” da Sessão Solene Comemorativa do 25 de Abril”, o que, no entender nos socialistas “não era desejável“. A pedido do PS, a discussão foi adiada tendo sido pedido um levantamento de outras sessões solenes, como a da aprovação da Constituição de 1822 que decorreu há dois anos.

Pelo CDS, Paulo Núncio concordou com o modelo proposto, justificando que está em causa “uma cerimónia que não é ocasional, mas anual” e, por isso, “a Sessão Solene do 25 de Abril é o modelo comparativo mais adequado“, acrescentando apenas que os convites formulados devem ter em consideração personalidades e associações relacionadas com a data e sugerindo “a organização, no próprio dia, de uma exposição comemorativa”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quem também pediu a palavra sobre este assunto foi a líder parlamentar do PCP. Paula Santos quis “deixar expresso o desacordo à realização desta celebração”, que foi aprovada em junho com os votos a favor do PSD, Chega, Iniciativa Liberal e CDS, a abstenção do PAN e os votos contra do PS, Bloco de Esquerda, PCP e Livre.

Sem consenso quanto ao modelo, Aguiar Branco pediu aos serviços do Parlamento para fazer um levantamento de sessões solenes anteriores e adiou a discussão do formato desta cerimónia.

Há dois anos, a Assembleia da República promoveu uma sessão evocativa dos 200 anos da Constituição de 1822 num formato em tudo semelhante ao 25 de Abril. O Presidente da República usou a palavra, bem como Augusto Santos Silva, que era à data presidente do Parlamento e um representante de cada partido. A diferença estava na decoração, com as flores a apresentarem várias cores.

Parlamento analisa sessão evocativa dos 100 anos de Mário Soares

Ainda no âmbito de cerimónias evocativas, a comissão organizadora do centenário de Mário Soares, coordenada por José Manuel dos Santos, propôs à Assembleia da República uma sessão solene evocativa dos 100 anos do antigo Presidente da República.

A proposta vai ser analisada numa próxima reunião dos líderes parlamentares mas o objetivo é que o arranque das comemorações, marcado para 7 de dezembro, data do nascimento de Mário Soares, comece na Assembleia da República. O centenário de Mário Soares vai ser assinalado durante um ano com um conjunto de iniciativas espalhadas por todo o país.