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Vladimir Putin celebrou nesta segunda-feira o seu aniversário (72 anos), o terceiro desde o início da invasão russa na Ucrânia em 2022. E, pela segunda vez, um ataque ucraniano assinalou a data. Se, em 2022, foram as explosões na ponte da Crimeia, este ano foram os serviços da VGTRK, empresa estatal que opera os maiores canais de televisão e rádio da Rússia.

“503 serviço indisponível. Nenhum servidor disponível para responder a este pedido”. Esta era a mensagem que, a partir das 5h00 desta segunda-feira, aparecia quando se acedia aos canais Russia 1 e Russia 24, dois dos principais canais de informação da VGTRK. A emissão online foi afetada durante todo o dia, mas já se encontrava restabelecida esta terça-feira, noticia o Kyiv Independent.

“Os hackers ucranianos deram os parabéns ao Presidente russo, levando a cabo um ataque em grande escala à empresa estatal de televisão e rádio da Rússia”, disse uma fonte do governo ucraniano sob anonimato à Reuters. A ofensiva informática foi reivindicada pelo grupo de hackers pró-ucraniano sudo rm-RF, que já tinha feito um outro ataque em 2022 à plataforma RuTube (alternativa russa ao YouTube), segundo o jornal russo Gazeta.ru.

Moscovo afirmou, logo na segunda-feira, ter sido vítima de um ataque digital, que disse não ter comprometido as emissões da rádio e televisão. “A nossa companhia estatal de media enfrentou um ataque sem precedentes à sua infraestrutura digital”, afirmou o porta-voz do Kremlin. Dmitry Peskov anunciou ainda que há especialistas a investigar os responsáveis e as circunstâncias desta ação que atingiu o que considerou ser “uma infraestrutura crítica”.

Os relatos de uma fonte não identifcada ao meio de comunicação russo Gazeta.ru, poucas horas após a suspensão da emissão online, dão a entender que os danos podem ter sido maiores do que o Kremlin reconheceu. “A transmissão online e os serviços internos não funcionam, não há internet nem é possível utilizar os telefones. Ouvi dizer que eles apagaram tudo dos servidores, incluindo backups. O problema, pelo que entendi, é muito sério, e a recuperação levará muito tempo“, acrescentou. No mesmo sentido foi um agente da autoridade ucraniana ao Politico.

Ainda do lado russo, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros reconheceu que os meios de comunicação russos são um alvo de longa data do “ocidente coletivo” e que o ataque é testemunho de uma “guerra híbrida”. Maria Zakharova, disse também que ia abordar o ataque com a UNICEF, órgão da ONU que promove a liberdade de expressão