O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, anunciou esta segunda-feira, em Aveiro, que vai propor ao Governo a aquisição de dois ‘kits’ para dotar os aviões C-130 com capacidade para combater fogos, como acontecia no passado.

“Vou apresentar ao Governo uma proposta para a aquisição de dois ‘kits’ que serão instalados em aeronaves C-130 para combate aos incêndios“, referiu o ministro, durante uma sessão para a assinatura do protocolo de cooperação para a implementação do “Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz”, com os 11 municípios da região de Aveiro.

O ministro, que da parte da tarde irá visitar alguns locais atingidos pelos incêndios no mês de setembro, aproveitou a oportunidade para afirmar o seu empenho em dotar as Forças Armadas “com mais esta capacitação que poderá fazer muita diferença em relação ao futuro”.

À margem da sessão, em declarações aos jornalistas, Nuno Melo esclareceu que as Forças Armadas querem estar empenhadas no combate aos fogos e não apenas em ações de prevenção, como acontece atualmente.

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“Entendemos que as Forças Armadas, se assim forem chamadas, poderão fazer mais, como aconteceu de resto no passado. Os C-130 são aeronaves que podem ser vocacionadas e colocadas ao serviço do combate aos incêndios desde que dotadas de ‘kits’ específicos”, referiu.

O governante manifestou ter “muito consolidado” este propósito de colocar as aeronaves C-130 a combater fogos, adiantando que se o Governo aprovar a aquisição dos ‘kits’, estes poderão estar disponíveis cerca de um ano após a realização da encomenda.

“O que me interessa é saber que se os C-130 estiverem equipados com estes ‘kits’ e se forem chamados os militares, através destas aeronaves, a combater fogos, eles estarão ao serviço do povo português”, disse o ministro, assegurando que atualmente há quatro C-130 que estão operacionais.

Em julho de 2022, a Força Aérea esclareceu, num comunicado, que durante a década de 80, operou um sistema modular aplicável à frota C-130 Hércules, que permitia adaptar aquelas aeronaves à realização de missões de combate direto (largada de água) e indireto (largada de calda retardante) a incêndios.

O emprego deste sistema viria no entanto a decrescer significativamente, de acordo com a Força Aérea, tornando-se mesmo nulo a partir de 1996, devido à reorganização de meios de combate a incêndios, realizada pelo Ministério da Administração Interna, na década de noventa.

“Decorridos cerca de 13 anos, desde a última utilização efetiva e regular do referido sistema, e considerando que o equipamento apresentava sinais evidentes de degradação, resultado da falta de utilização e do seu envelhecimento (25 anos), decidiu-se proceder à alienação dos equipamentos em 2009. Em maio de 2013, o processo de alienação foi concluído”, refere a mesma nota.