A candidata democrata à presidência dos EUA, Kamala Harris, criticou esta quarta-feira o adversário republicano, Donald Trump, por dizer que quer generais como os de Adolf Hitler e alertou para o comportamento “errático e instável” do seu rival.
A intervenção de Harris surge um dia depois de John Kelly, antigo chefe de gabinete de Trump, ter revelado detalhes das suas conversas com o antigo Presidente em entrevistas ao The New York Times e ao The Atlantic, chegando ao ponto de afirmar que corresponde à definição de “fascista”.
“Trump está cada vez mais errático e instável, e, num segundo mandato, pessoas como John Kelly não estarão lá para o conter”, avisou a candidata democrata.
Harris referia-se às afirmações de Kelly de que Trump tinha sugerido que o líder nazi Adolf Hitler “fez algumas coisas boas” e que precisava de “generais alemães” como os que o fuhrer tinha tido ao seu lado.
“É profundamente perturbador e incrivelmente perigoso que Donald Trump invoque Adolf Hitler, o homem responsável pela morte de seis milhões de judeus e centenas de milhares de americanos”, denunciou Harris.
A também vice-Presidente citou ainda as palavras de Trump em 14 de outubro, quando sugeriu que usaria os militares para enfrentar o que chamou “o inimigo interno” no dia das eleições, dizendo que não estava preocupado com o caos que poderiam causar os seus seguidores, mas que o preocupam os “lunáticos da esquerda radical”.
Harris afirmou que o seu rival considera qualquer pessoa que “se recuse a obedecer-lhe” ou ouse criticá-la como um “inimigo interno”, “sejam juízes, jornalistas ou funcionários dedicados a supervisionar” as eleições de 5 de novembro.
“Ele não quer um exército leal à Constituição dos Estados Unidos. Quer um exército que lhe seja leal pessoalmente, que obedeça às suas ordens, mesmo quando lhes pede que infrinjam a lei ou abandonem o juramento à Constituição”, explicou Harris.
Kelly — que foi chefe de gabinete de Trump entre 2017 e 2019 e foi anteriormente secretário de Segurança Interna — há muito que critica Trump e já o acusou de chamar “perdedores” e “otários” aos veteranos mortos em combate.
Em declarações aos meios de comunicação social norte-americanos, o porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, disse que Kelly “fez figura de parvo com estas histórias desacreditadas que inventou”.