O ex-presidente norte-americano e atual candidato presidencial republicano, Donald Trump, expressou esta quinta-feira a intenção de, se for eleito, “despedir” o procurador especial Jack Smith, que está a processá-lo por ter tentado ilegalmente reverter os resultados das presidenciais de 2020.

Trump respondia, numa entrevista a um ‘podcast’ conservador, à pergunta de, caso seja eleito a 5 de novembro, se indultará a si mesmo nesse processo ou mandará demitir o procurador especial.

“Despedia-o em dois segundos”, declarou, descrevendo Jack Smith, um dos principais alvos dos seus ataques desde há mais de um ano, como “um homem muito desonesto”.

O procurador especial divulgou a 27 de agosto uma acusação revista contra Donald Trump, na sequência da decisão de 1 de julho do Supremo Tribunal (de maioria conservadora) de conceder ao Presidente dos Estados Unidos uma ampla presunção de imunidade penal.

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Um mês depois, num volumoso documento escrito, em grande parte redigido para preservar o anonimato das testemunhas, Jack Smith apresentou os seus argumentos para demonstrar a natureza privada dos atos pelos quais o antigo presidente está a ser judicialmente perseguido.

Segundo o procurador, tais atos, praticados enquanto candidato à reeleição como chefe de Estado em 2020, não estão cobertos pela imunidade penal do Presidente para os seus “atos oficiais”.

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Na sequência da sua derrota contra o candidato democrata, Joe Biden, “com a ajuda de cúmplices privados, o arguido embarcou numa série de esquemas cada vez mais desesperados para reverter os resultados legítimos em sete estados que tinha perdido por pouco”, escreveu Jack Smith.

“O núcleo do esquema era de natureza privada. Recorreu sobretudo a atores privados e às estruturas da sua campanha para tentar reverter os resultados eleitorais e agiu a título privado, enquanto candidato“, concluiu.

Alvo de vários processos penais, Donald Trump está a recorrer a todas as manobras ao seu alcance para ser julgado o mais tarde possível, em todo o caso, depois das eleições de 05 de novembro.

Se for novamente eleito, poderá, após tomar posse, em janeiro de 2025, ordenar a suspensão dos processos federais contra si.