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Ghassan Najjar, Mohamed Reda e Wissam Qassim. São os nomes de três jornalistas — dois repórteres de imagem e um técnico de emissão — mortos num ataque israelita contra uma cidade a 50 quilómetros de Beirute. O ataque ocorreu na madrugada desta sexta-feira, por volta das quatro da manhã, na hora local (2h00 em Portugal), e visou um complexo em que estavam alojados vários jornalistas, sem qualquer aviso prévio de evacuação.
O ministro da Informação libanês acusou Israel de ter visado deliberadamente a imprensa no ataque no sul do país denunciando o agressão como um “crime de guerra”. “O inimigo israelita esperou que os jornalistas fizessem uma pausa durante a noite para os apanhar a dormir (…). Isto foi um assassínio, após vigilância e rastreio, porque estavam lá 18 jornalistas representando sete instituições de comunicação social. Isto é um crime de guerra“, declarou Ziad Makari numa mensagem na rede social X.
انتظر العدو الاسرائيلي استراحة الصحافيين الليلية لكي يغدر بهم في منامهم، وهم لم يتوقفوا خلال الأشهر الماضية عن تغطية الخبر في الميدان ونقله كشفاً عن جرائمه الموصوفة.
هذا اغتيال، بعد رصد وتعقب، عن سابق تصور وتصميم، إذ كان يتواجد في المكان ١٨ صحافياً يمثلون ٧ مؤسسات إعلامية.
هذه…— Ziad T. Makary (@ZiadMakary) October 25, 2024
As mortes foram anunciadas pela agência de notícias oficial libanesa ANI. A imprensa local indicou que o ataque atingiu um alojamento em Hasbaya, com perto de cinco mil habitantes situada a cerca de 50 quilómetros a sul da capital do Líbano, Beirute.
Os outros jornalistas, alojados no mesmo local, relatam que o bungalow em que os três homens estavam a dormir foi o alvo direto. Imagens publicadas pelos media locais mostram ainda o edifício, completamente destruído, e, entre os escombros carros e coletes, claramente assinalados como “imprensa”.
O repórter da Al Jazeera no local notou ainda que Hasbaya não tinha nenhum aviso de evacuação e estava mesmo “relativamente calma”, declarações que vão ao encontro dos restantes profissionais, de que o ataque terá sido deliberado. Imran Khan classificou o incidente como “muito sério”.
Ghassan Najjar era repórter de imagem e Mohamed Reda era técnico de difusão. Ambos trabalhavam no canal libanês Al Mayadeen, alinhado com o Irão e com uma postura pró-Hezbollah. Wissam Qassim era repórter de câmara da Al Manar TV, um canal afiliado com o Hezbollah.
O canal Al Mayadeen já reagiu às três mortes, lamentando “o martírio dos colegas” e acusando Israel de “crimes de guerra”, tal como fizeram as autoridades libanesas.
Al Mayadeen announces the martyrdom of yet another colleague.
Our colleague and cameraman Ghassan Najjar was martyred today in a deliberate Israeli strike at journalists' residence in Hasbayya, South #Lebanon.
He was a father who risked his life for a just cause, dedicated to… pic.twitter.com/BYEej4dn5t
— Al Mayadeen English (@MayadeenEnglish) October 25, 2024
Al Mayadeen announces the martyrdom of broadcast engineer Mohammad Reda.
Reda was killed alongside his colleague Ghassan Najjar in the Israeli occupation's airstrike targetting journalists' residence in Hasbayya, South #Lebanon.
The aggression killed 3 journalists in total.… pic.twitter.com/ZYTjGTnBU0
— Al Mayadeen English (@MayadeenEnglish) October 25, 2024
Al Mayadeen extends its deepest condolences to #AlManar TV for the martyrdom of colleague Wissam Qassem and prays for strength and steadfastness for his family.
Early Friday morning, Israeli occupation forces (IOF) targeted a journalists' residence in #Hasbayya, South Lebanon,… pic.twitter.com/9q08Rgi04I
— Al Mayadeen English (@MayadeenEnglish) October 25, 2024
Israel iniciou, a 23 de setembro, uma intensa campanha de ataques aéreos contra os bastiões do movimento xiita libanês Hezbollah e, logo a seguir, uma ofensiva terrestre no sul do Líbano.
Em um ano de conflito entre Israel e o Hezbollah, mais de 2.570 pessoas morreram e pelo menos 12 mil ficaram feridas, a grande maioria nas últimas cinco semanas, indicou a última contagem das autoridades de saúde libanesas.
A ofensiva israelita deixou ainda mais de 1,2 milhões de deslocados, disseram as autoridades de Beirute, e cerca de 334.800 cidadãos sírios e outros 150.100 libaneses fugiram da violência no Líbano para a Síria.
Israel alega querer afastar o Hezbollah da fronteira e pôr fim aos ataques com foguetes, para permitir o regresso de cerca de 60 mil habitantes deslocados do norte do território.