O Presidente eleito dos Estados Unidos continua a somar nomes na sua administração: Lee Zeldin vai chefiar a Agência de Proteção Ambiental (EPA), anunciou Donald Trump esta segunda-feira. Zeldin aceitou o cargo, que classificou como “uma honra”, e já definiu como prioridade retirar as “regulações da esquerda” para “desencadear prosperidade económica”.

“Lee vai garantir decisões de desregulamentação justas e rápidas, que serão adotadas de forma a libertar o poder dos negócios americanos, ao mesmo tempo que mantém elevados os padrões ambientais“, justificou Trump em comunicado, citado pela imprensa norte-americana.

Trump destacou ainda o passado profissional de Lee Zeldin, na área do direito. Na política, foi Senador, membro da Câmara dos Representantes e candidatou-se a governador do Estado de Nova Iorque, o seu estado de origem. É, assim, o segundo congressista de Nova Iorque a fazer parte da equipa de Trump, depois de Elise Stefanik.

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Mas apesar do seu longo currículo, as questões ambientais não são as que mais se destacam. Zeldin chegou mesmo a afirmar que “não estava tão convencido como as outras pessoas que temos um problema assim tão sério [com as alterações climáticas]”, em 2014. Sem grandes surpresas, está alinhado com Donald Trump nas críticas aos Acordos de Paris para o clima — o republicano já desvinculou os Estados Unidos dos Acordos uma vez e é esperado que o faça novamente, ressalva o The Guardian.

Pelo contrário, a experiência legislativa de Zeldin ficou marcada pelos comités de serviços financeiros, questão em que vai apostar para cumprir os seus objetivos na direção da EPA. “Vamos restaurar a dominância energética dos EUA, revitalizar a nossa indústria automóvel e tornar os EUA no líder global da IA [Inteligência Artificial]. Vamos fazer isso enquanto protegemos o acesso a água e ar limpo”, declarou Zeldin, numa mensagem partilhada nas suas redes sociais.

Para alcançar esses objetivos, confirma que a prioridade é a desregulação económica. “Há regulações que a esquerda deste país tem apoiado através do poder regulador que faz os negócios irem na direção errada”, defendeu, numa entrevista à Fox News, logo após a nomeação, citada pela CNN. A retirada destas regulações permitirá “desencadear prosperidade económica”, acrescentou. A reversão de medidas na aérea do ambiente vai totalmente ao encontro da ação da EPA durante a primeira administração Trump: os republicanos anularam mais de uma centena de medidas ambientais implementadas pelos executivos democratas anteriores.

Para o segundo mandato de Donald Trump, o ex-congressista nova-iorquino prometeu a aprovação de várias medidas logo nos primeiros 100 dias de governo. “Quando o Presidente Trump me ligou ele estava a metralhar 15, 10 prioridades diferentes, um foco claro. Não estava a ler de um papel, era só da cabeça dele”, relatou Zeldin, mostrando-se “confiante” que o Presidente eleito aprovaria “outras 50” se assim lhe pedisse.

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